Crime sem castigo

Qual o crime cometido pela jovem atendente de uma farmácia, que foi feita refém por um ex-namorado?

Quem podemos culpar por mais este ato de violência? O assassino?

A justiça impávida assiste a tudo, deixando impune uma mente criminosa, que agora tem estanho repousando mansamente na massa encefálica, depois de fazer a moça refém e ficar preso por um mês, foi posto de volta as ruas, sem estar preparado para enfrentar a sociedade escaldada, que qual gato, já foge de água fria. Segundo familiares, cumprindo processo em liberdade, não conseguiu emprego em lugar algum. Antes do acontecido, trabalhava como vigia.

Não bastava pensar em manter um romance falido. É psicológico. Não estamos mais na idade média, tampouco no século XIX, para sermos separado apenas pela morte, isso é arcaísmo. Temos o direito de procurar nosso par até encontrar, este direito foi negado a esta jovem de apenas dezoito anos, batalhando pela vida moderna, mas teve o tempo negado. Refém e seqüestrador, passaram horas a fio presos numa farmácia, causando transtornos à segurança publica, forças policiais e familiares, para um desfecho trágico, os dois morreram. O rapaz de 23 anos, também com uma longa estrada á ser percorrida, atirou contra a jovem, e depois atirou contra si. A moça morreu antes, ele demorou mais, para talvez ter tempo de pensar no que acabara de fazer.

Não só suas vidas foram transformadas, mas de suas famílias, abaladas com a brutalidade que um filho é capaz de cometer, numa fúria de delírios de amor. Duas pessoas que esperavam adiante para serem felizes, estão fadadas a viverem infelizes no restante longo do trajeto, sem saber porque razão, estão perdidas.

O crime de seqüestro, o primeiro, não foi punido suficientemente para dissuadir o meliante de um novo ataque. São estes desvios na lei que comete os crimes, os criminosos só estendem o tapete preparado pela sociedade. Além das penas brandas aplicadas pela constituição, as brechas legais e as raízes corrosivas do jeitinho brasileiro, dão conta do resto. A ponto de uma bem nascida, atropelar e matar pessoas, e querer ser liberada já para viajar. Pode? Culpa da cultura da impunidade. A pena pelo crime anterior, era para ter sido no mínimo sete anos, três por cárcere privado e quatro por porte ilegal de arma. A brecha encontrada na legislação pelo advogado de defesa, foi liberdade provisória para tratamento psiquiátrico, que nunca foi realizado. Onde estava a justiça que não viu isso? Contando a grana dos altos salários?

Fiódor Dostoievski deve estar dando voltas no caixão.

J B Ziegler
Enviado por J B Ziegler em 19/11/2007
Código do texto: T743772
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