Chegou o parque, viva!
Estava agora me lembrando de quando chegava um Parque no meu bairro.
Descrever algo tão maravilhoso e tão simples não é tarefa fácil, somente quem viveu tem o real sentimento sobre o que tentarei falar um pouco.
O terreno que hoje abriga um banco, posto de saúde e delegacia já foi um descampado com um chafariz e lá vez por outra se instalava o "Parque São Luiz". Quando tínhamos a notícia que o bicho tinha chegado as pernas já iam ficando bambas de alegria. Pra conferir se realmente era verdade a gente inventava alguma coisa pra fazer naquelas bandas e, chega se beliscava ao constatar a veracidade do boato. Estava lá, uma ruma de ferro velho pintado com as cores mais cheguei possível, uns cabra descarregando outras tralhas, de uns caminhões Frankstein, com cara de FNM.
Eu gostava de chegar cedo, o dinheiro só dava pra andar num brinquedo e comprar um cacho de roletes de cana, e olhe lá!
O jeito que tinha era Zanzar pelo parque, olhando o movimento, brincando com os colegas e bilando as meninas que enchiam nossos olhos de sonhos.
Fui inventar de andar de "rola"gigante, logo com um veterano no brinquedo. Ô meu Deus do céu! foi um desespero geral. Eu fiquei imóvel e o fela da mãe ficava balançando a cadeira pra lá e pra cá. Ô coisa ruim é a gente ter que fingir valentia, se tivesse merda pronta eu teria passado o maior vexame do século.
Outra dia fui inventar de andar no "Ispaia Brasa", esse foi um brinquedo inventado pelo cão do "mêi dozinferno". Era uma ruma de cadeirinhas presas por umas correntes finas rodando feito doida em torno de um eixo. Vi gente vomitando e sendo arremessado com cadeira e tudo bem no meio do parque. Lá de cima o feofó fechou dum jeito que só relaxou meia hora depois da descida em segurança.
Ainda lembro da radiadora anunciando as novidades e mandando os recados dos apaixonados. Por falar nisso lembrei da Maçã do Amor, a bicha era vermelha e envolvida num doce que mais parecia uma cola superbond.
Quando o parque ia embora a tristeza batia, mas, a trilha sonora usada por ele, pregava na cabeça da gente de um jeito que tinha era Zé pra sair. (Tens a beleza da rosa, uma das flores mais formosas...)
Ô saudade boa danada!