O Homem e o Cão
À beira da estrada de chão
Em dias de tanto asfalto
Em dias de involução
O afeto da cena exalto
Ali, na estrada de terra
Ambos à sombra da mata
O dono do cão que não erra
Na vida simplória e grata
O homem, em paz e descalço
Desnudo de todo achar
Seu cão, tão fiel, sim, realço
Seu pão Deus é Quem sempre o dá
Às margens da civilidade
Quem passa por ele aprecia?
Quem foge ao ardor da cidade
Se rende ao valor da poesia?