Divagando entre Cristo e Paulo
Penso que o cristianismo ou as comunidades cristãs, que recebem o nome de Igrejas, tem mais o pensamento de Paulo do que o de Jesus Cristo. Jesus não estava preocupado em fundar nenhuma religião ou se quiserem, comunidades.
Sua ideia de comunidade incluía todas as pessoas, sem exceção, e a experiência com Deus era pessoal, bastando para isso a prática da caridade com o próximo. Nem nunca se preocupou com os deuses dos chamados pagãos.
Digo o oposto de Paulo, que criou as comunidades cristãs, que eram necessárias para difundir as ideias de cristo e passá-las para as gerações futuras, pois, o mundo funciona assim; mas as experiências com Deus são diferentes.
Alguns escolhem praticar as duas maneiras; outros escolhem uma ou outra.
Os preceitos de Paulo atendem as comunidades e anula, um tanto quanto, o indivíduo e torna sua relação com Deus uma relação com os representantes da comunidade, que fazem a intermediação da relação de Deus com o indivíduo.
Paulo também se preocupou muito com os outros deuses, afirmando sempre a supremacia do seu deus em relação aos outros.
Mas nem por isso, Paulo deixou de registrar algumas das passagens mais bonitas do pensamento de Cristo, que são momentos de uma relação pessoal nossa com Deus.
Paulo fez do pensamento cristão uma instituição humana necessária para a sobrevivência do pensamento de Cristo, como o fizeram, todos os outros apóstolos de Buda, de Sócrates, de Pitágoras e de tantos outros iluminados. É sempre assim, a vida é sempre dialética.