PERISCÓPIO
As aeromoças são, na sua maioria, mulheres enxutas e bonitas. Mas existem aeromoças gordinhas, também charmosas e de comovente solicitude.
Tenho-as, todas, indiscriminadamente, como uma doce pausa visual nos meus vôos. Vôos que continuam amedrontando-me, mesmo que o céu seja aquele que os piloto adoram: o céu de brigadeiro.
Não sei o que seria de mim sem o sorriso elegante, confiante e alentador das nossas aeromoças, nos vôos que agora faço, como maior freqüência, entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.
Mormente na hora em que a aeronave entra, segundo elas, "em área de instabilidade", para não dizer de turbulência.
Já disse, e repito: Recuso-me chamá-las de comissárias de bordo. Sempre as chamarei de aeromoças, como fazia Carlos Drummond de Andrade, que dizia serem elas "a alma do avião, e seu quinto motor inefável e humanizante".
Também não as comprimento, desejando-lhes "Bom dia!", "Boa tarde!", "Boa noite!". Como Drummond, lhes desejo "Bom céu!". Para o poeta, o céu lhes pertence, em condomínio com os passarins.
Muito bem. Estou lendo, que a companhia aérea Indian Airlines não quer, nos seus quadros de empregados, aeromoças gordinhas. Argumenta a empresa, que elas, quando acima do peso pela companhia fixado, elas põem em risco a segurança do vôo! O quê?...
Considerando a decisão humilhante e "um insulto à sua feminilidade", algumas aeromoças indianas recorreram à Justiça. Mas, estranhamente, os juízes ficaram com a Indian Airlines.
Vetar aeromoças gordinhas é, sem dúvida, uma medida antipática e sem cabimento. Claro, que empresa aérea nenhuma contrataria mulheres portadoras da tal obesidade mórbida.
Há, sim, gordinhas com mais donaire e finura no trato do que certas magricelas sem peitos e bumbuns apreciáveis. Aptas, por conseguinte, pra exercerem a encantadora profissão de aeromoça.
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E também vem da distante e mística Índia esta notícia. Como se sabe, por lá, a comercialização de qualquer "brinquedo sexual" é rigorosamente proibida.
Pois bem. Os indianos estão diante de um produto que vem causando a maior celeuma, posto que, pelas autoridades foi considerado um brinquedinho sexual.
Trata-se da "Camisinha-vibrador", que assim está sendo oferecida: "Um pacote com três preservativos, da marca chamada Crezendo, contém um dispositivo em formato de anel que funciona com pilhas".
A mensagem promocional sugere que a "camisinha-vibrador fornece grande prazer ao produzir fortes vibrações".
Acho que no Brasil - onde tudo se pode -, esse tipo de camisinha pegará fácil. Quem sabe se distribuindo-as com o povão o Governo verá facilitada a sua campanha de sempre usar camisinha nas relações sexuais. Um lembrete: o carnaval de 2008 será mais cedo.
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Voltando às mulheres.
Duas pesquisas chamaram-me a atenção. A primeira, diz respeito às curvas femininas. Segundo estudos realizados na excelente Universidade de Nova York, as mulheres do chamado tipo violão "são mais inteligentes e têm filhos mais espertos".
Me desculpem os cientistas, mas isso jamais será uma verdade absoluta; irrefutável.
Ao longo da minha pecaminosa vida, e olhe que já andei bastante, conheci mulheres de privilegiada silhueta corporal, mas ostensivamente, perdoem-me o termo, burrinhas, burrinhas...
No entanto, outras, de lamentável configuração corporal - digamos sem coxas, quadris e seios fartos, sem a famosa cinturinha de pilão, destacavam-se pela sua inteligência fulgurante...
A segunda notícia. Apesar de anunciada, também por cientistas da Universidade de Nova York, para este escriba, ela não se constituiu em uma surpreendente novidade.
Vejam só. Os estudiosos nova-iorquinos dizem ter descoberto que a mulher atrai muito mais o homem quando anda balançando os quadris.
É o molejo, ou se quiserem, o rebolado feminino, que é observado, sem maiores atropelos, nas ruas do Rio de janeiro e da Bahia, só para citar dois exemplos.
Esses nobres cientistas reforçarão, em muito, suas teses sobre esse interessante assunto estendendo suas pesquisas às praias de Ipanema e Itapuã.
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Fecho este Periscópio, com um despacho alviçareiro procedente do Vaticano. De acordo com o site da BBC.Brasil.com, a Santa Sé pensa em acabar com a idéia do LIMBO.
Aprendi com minha catequista, lá pelos anos 1940, que o cidadão batizado, ao morrer, só tem três destinos: o purgatório, o inferno ou o céu.
E que no LIMBO, uma espécie de periferia do céu, ficariam os nenês natimortos, os bebês e os adultos que morriam sem serem batizados.
Com a extinção do Limbo, crescerá assustadoramente a população celestial. Os bebês natimortos, os que morreram pagãos e os cristãos que nunca compareceram a pia batismal, só poderão ir para o céu. Vai ser dificil para São Pedro arranjar acomodação para tanta gente...
Se eu soubesse que um dia a Igreja Católica acabaria com essa história do Limbo, eu teria optado por continuar pagão. Com isso, teria assegurado o meu lugarzinho no céu...
Nota - Notícias e foto tiradas do site BBC Brasil.com