DECISÃO
DECISÃO
Fazia calor, o vento soprava de mansinho no alto da montanha.
A visão da natureza era exuberante.
O sol mesmo que muito aquecido, com seus raios por entre nuvens, ia lentamente em direção ao poente.
Na sombra da tiriveira aquele jovem adolescente olhava ao longe, num ângulo de quase trezentos e sessenta graus, o mundo que estava à sua volta.
As nuvens no céu iam formando imagens imaginárias e iam ficando densas, lentas e robustas. Os raios do sol iam se escondendo atrás do mais belo cenário.
A imaginação daquele jovem avançava para além das mais distantes e azuladas montanhas que seus olhos conseguiam enxergar. Ao mesmo tempo, seu olhar voltava para o arraial onde sua querência estava localizada.
Pequenas porções de matas intercaladas com as pastagens da região, além das lavouras de café que eram vistas de longe formava o cenário magnífico de sua imaginação.
Na estrada principal, de vez em quando passavam pessoas a cavalo, ou a pé, ou de automóvel. Os automóveis mais comuns eram: o DKV, aeroilis, Kombi, fusca, caminhonete willys, jeep, rural willys, TL Volkswagen, corcel, opala, caravana e veraneio.
O jovem, sentado à sombra da frondosa tiriveira, sonhava com um futuro distante e que não era naquele topo de cordilheira, mas também não sabia em que bandas ou veredas haveria de tornar seus sonhos em realidade.
A distância do sonho teria que deixar a família, os amigos, as amigas, o cheiro da relva, o alarido da natureza viva, pertinente e perspicaz para trás.
O sol foi descendo no poente, o calor escaldante foi embora e as nuvens densas à distância no céu de verão emitiam seus clarões acompanhados de preguiçosos trovões.
Voltando para casa, aquele jovem continuou na sua decisão de buscar o seu ideal nas longínquas universidades para ser, quem sabe no futuro não distante, um doutor.
A decisão é assim mesmo, dói, fere, machuca, mas sara.
E para tanto, não se pode perder a esperança, a fé e a coragem.
É isso aí!
Acácio Nunes