AMOR. FELICIDADE. LIBERDADE.
Nascemos, nos educamos, aprendemos princípios de conduta, como vivermos dentro de padrões desejáveis sem ferir ética, leis, valores usuais preservados. Por isso colocam-se freios em nossos impulsos.
Quanto passa na cabeça fazer e reprime-se?
Sob esse aspecto impacta-se nos relacionamentos a cláusula da fidelidade. E como ela seria? Material, imaterial ou como diante da projeção na mente e no mundo exterior? Desenhada em fatos ou habitando só os desejos aprisionados na mente? O homem e a mulher vagam entre essas fronteiras?
Muitas mentes privilegiadas elegem tais conceitos como claros e intransponíveis. Difícil contestar.
A cláusula referida, fidelidade, existe nos contratos em geral, que se fazem para serem cumpridos.
Quais contratos? Todos que dependem de sua vontade e dos caminhos cursados.
Shopenhauer, filósofo alemão, afirma: “As alegrias da vida (leia-se vontade, desejo) são como esmolas colocadas no prato do mendigo. Com elas consegue sobreviver para continuar na miséria”.
Essa visão pessimista é dura e cruel, mas não é hipócrita.
E são hipócritas os que continuam “miseráveis” em não cumprirem seus desejos que avançam sobre o que se contrata nos relacionamentos em geral, contratuais, todos?
Por exemplo, casamento é um contrato, embora muitos digam ser um ato. Mas existem direitos e deveres dos contratantes. É um contrato pois. Eles são observados?
O Padre Ratzinger, hoje Papa Emérito, Bento XVI, Diretor da “Doutrina e da Fé” no papado de João Paulo II, de sua cátedra augusta em clarividência, ensinava “o invisível é mais real do que o visível, porque nosso coração não foi feito para o invisível”.
Esse invisível do amor que sofre freios (mas parece ter mais força), mora no coração, e não se manifesta, está proibido, o tão falado “platonismo”.
É justo calar o coração?
Qual a esmola que se recebe se é que se recebe alguma, para calar o coração, e para continuar flanando nesse vasto oceano tão questionado. E sem solução.
Onde está a felicidade? Na absoluta liberdade ou nos freios eleitos nas cláusulas acolhidas para viver, ainda que com o prato estendido para caírem as migalhas da felicidade contida, as esmolas que fazem traçar o caminho da vida das conveniências, que mata o amor mais belo por ser invisível?
Dir-se-á, questão de escolha. Será? Ninguém enfrenta a verdade com ficção. Já basta o invisível e belo carente.