Arco, flecha e mira
Na sincronia entre destino.e coincidência existe um abismo e geralmente, a gente somente percebe isso quando a história avança.
É natural a tendência de se acreditar que o destino é um alvo imóvel, e que em uma hora de sorte, a flecha das nossas escolhas acertará o ponto fixo, sem maiores esforços. E assim, os muros da desilusão são erguidos em concreto armado, afinal, para aquele que nisso crê, sequer o destino é algo disposto a cooperar.
Grande é a paz daquele que entende que o destino hesita, e muitas vezes demora até que se decida por nós. Se assim não fosse, antes de ser uma grande estilista, Coco Chanel não teria nascido alguém disposta a servir ao nazismo como espiã.
Entre as flechas e os alvos, o destino, em geral, está nos braços que empunham a vontade de acertar e nos olhos que miram a intermitência da certeza.