Patrícia, a ' Noiva do Pai'
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
Patrícia, 35 anos, com várias tatuagens pelo corpo (uma no braço é da Chiquinha sua cachorrinha de estimação), cabelos pretos, volumosos, despenteados (a todo instante tenta arruma-los), pilsing no nariz e lábios…
No início desse mês de janeiro, surgiu do nada, ao projeto 'Pai Resgatando Vidas', centro da capital (ninguém da casa a conhecia).
Onde chega as atenções são voltadas a ela, mas, pode se alterar e agredir alguém, quebrar o que ver pela frente (se não for atendida em alguma demanda).
Como num amor à primeira vista, logo apegou-se ao diretor da instituição; de tal maneira, a não deixá-lo mais.
— Quando em família, numa plena saúde, acompanhava as lives do Pai Marcos, mas, num desencanto amoroso com o marido deixou de segui-lo. O ex-esposo casou-se com outra e foi embora.
Alguns dos filhos da Patrícia moram com o pai, os demais, com a avó (sua mãe).
De, trabalhadora, zelosa e dedicada dona de casa, com uma provável depressão, Patrícia pós romper a relação, se envolveu nos vícios de algumas drogas… ganhou o mundo.
A partir do inesperado e marcante encontro com o Marcos Bastos, no projeto, iniciou-se o seu grude com ele…
— A fixação da ideia de ser este, o 'amor da sua vida'.
Com o seu jeito todo especial de lidar com os problemas dos seus filhos (dependentes químicos), Marcos não a constrange: pelo contrário, coloca mais lenha na fogueira: ao concordar em muito do que diz.
Patrícia, tem por certo o Marcos, como o noivo que projetou para si e, revela ao mundo inteiro (ao vivo) o tamanho desse sonho...
Não é de guardar segredo: já revelou em público o local preferido, do seu enlace matrimonial (da lua de mel) com ele. Se dará na 'Cidade Maravilhosa' (Rio de Janeiro, capital).
Por ocasião da sua chegada à casa, trazia nas mãos um livro de autoria dum líder religioso da Universal; na capa, a foto dum casal de braços dados; ao fundo, o Templo de Salomão.
Em verdade, alguma vezes, a Pátricia não se expressa mesmo com clareza.
Na sala da recepção, no corredor e cozinha, a andar inquieta e mexer nos cabelos constantemente, fala sem parar coisas interessantes, outras sem tanto nexo…
Pela vivência religiosa, passada, vem à sua mente, as lembranças do Deus de Israel, em algumas coisas que diz. — Como uma profetisa, ao entregar uma profecia.
Depois, soubemos um pouco mais sobre a Patrícia. Ela é do bairro São Francisco, zona sul da capital manauara. Por lá residiu com a mãe, tia, esposo e 5 (cinco) filhos.
Ao perceber a necessidade de uma avaliação médica, Patrícia fora levada por Marcos e Cristiane (a assistente social da instituição), ao Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro.
— Onde ficou internada de um dia ao outro e saiu pior do que entrou: com os seus transtornos mentais , sem o diagnóstico do problema, sem receituário, medicação quase a desmaiar de fome.
— Algo que deixou o Marcos muito chateado, revoltado mesmo com a deficiência na atenção à saúde pública… Com o hospital, com o profissional que o atendera, com o Estado, com o País.
Após comer pastéis-de-queijo numa lanchonete, com a paciente, a mãe dela, Bucho Quebrado (colaborador do projeto), prontificou-se em ajudá-la numa nova consulta médica, num hospital particular, que custa o montante de R$ 400,00.
Cheio de bondade o 'noivo' da Patrícia vive a demonstrar, em palavras e ações
o seu grande amor (pela 'noiva'). — Ao cuidar, acolher em sua casa.
“Se Deus quiser através do projeto Pai Resgatando Vidas estaremos ajudando este ser humano que precisa de ajuda. Também iremos providenciar o tratamento dum ferimento numa perna dela”. — M. Bastos
*Nemilson Vieira de Morais
Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.
(14:01:22)
Texto com base nas lives do Marcos Bastos.