SEUS OLHOS
Olham-me sobremodo carinhosos, sorrindo e brilhando como um belo luar, os seus belos olhos, espalhando no ar um rio cor de esmeralda cuja correnteza é suave e tranquila como as madrugadas serenas. Meus olhos, então, entusiasmados e também tomados de carinho, nessas águas verde-claro mergulham abraçando os seus, com amor, muito amor, eivados de ternura, de ímpeto, frenéticos e apaixonado.
Seus lindos olhos são inquietos abertos, olhando e perscrutando o que esteja em derredor, curiosos, ansiosos, nos arroubos do desejo, porém mais que tudo amorosos quando a mim dirigidos, cheios de extraordinário êxtase incapaz de ser contido; porque assim também são os meus quando se voltam para você. O que é quase sempre, pois cada segundo distantes é tempo demais.
Quão belos são seus olhos fechados, que piscam cavalgando a noite, decerto perdidos em sonhos, devassando todos os devaneios, procurando os meus e logo os encontrando e se amando loucamente. Quatro pombinhos envoltos em ternura, falando em silêncio o sentimento mútuo, felizes, alheios ao mundo, a sós, como um, como estrelas vagando juntas numa viagem de constante felicidade. Seus olhos e os meus.
Gilbamar de Oliveira Bezerra