Pertencimento

Perdemos tanto tempo colecionando mágoas e achismos, que o essencial escapa pelos dedos, e depois é advérbio. A explicação para tanta loucura encontra-se fundamentada nas desventuras em serie do indivíduo, pois não é fácil protagonizar o mocinho excluído, ferrado e inadequado. É da natureza humana ser gregário, querer pertencer e ser aceito, mas para entrar em certos grupos, o indivíduo tem que duelar com questões culturais, psicossociais e com valores éticos e morais. Uma odisseia perigosa, muitas vezes, intangível. A depender do grau de conhecimento e amplitude mental, a condição de existência mais reservada é uma grande aliada, entretanto, o discurso é prático, e a prática, complicada. Parece que a decepção não é suficiente para manter-se solitário, recluso e indiferente. Mesmo colocando um ponto final numa determinada relação, o desejo de pertencimento é incontrolável. O problema é aprender dosar as emoções e saber a hora de partir. Não é saudável estar infeliz e sobrecarregado de incertezas, o certo é eliminar o excesso de dúvidas, mas para isso, esteja aberto ao diálogo. Do contrário, esqueça! Não coloque para dormir a coragem, nem fique ninando as frustrações, tampouco, mime o orgulho, a verdade é ambígua.