DANÇANDO COM O POR DO SOL
O lindo por do sol, lá do alto de sua incomensurável beleza, me saúda com um sorriso esplendoroso. O encanto de sua gritante magnitude é enlevante, convida meus olhos para dançar a melodia que somente o coração ouve e recebe um sim retumbante. Impossível não me maravilhar nem quedar fascinado ante o quadro de meus olhos dançando com o sol. O ocaso aplaude a leveza de nossos movimentos, as poucas nuvens, suspirando, acompanham sorridentes os doces passos dos dançarinos apaixonados.
A dança encantada só termina quando, cansado, o por do sol, seguido pelo crepúsculo, se recolhe para dormir, fecha a porta do dia, abre a janela da noite e meus olhos despertam da magia momentânea.
Uma lua minguante, tímida, devagarinho se expõe no firmamento, constrangida por sua insignificância diante daquele que a precedeu, ciosa de que o senhor do dia é bem mais majestoso que ela, pequenina senhora da noite. Inexiste faísca de paixão entre meus olhos e ela, nenhum resquício de interesse em convida-la para dançar; desapareceu a música, foi-se a graça. Melhor esperar um novo por do sol amanhã.