Bodas de Ouro - BVIW

No primeiro cruzeiro marítimo que meu marido e eu realizamos, dividimos a mesa de jantar com um casal também brasileiro, que ali estava para comemorar suas Bodas de Ouro. Ainda nos faltavam alguns anos para a data, mas pensamos que podia ser uma boa ideia fazer o mesmo.

Casamo-nos a 5 de janeiro, e esta é uma data difícil para reunir familiares e amigos em uma festa, pois é uma época em que a maioria das pessoas viaja, aproveitando feriados e férias de verão. Uma comemoração a bordo de um navio seria perfeita.

O tempo foi passando e os planos se modificando. Passou a haver a possibilidade de incluir filhas, genro, netos e outros familiares próximos no “pacote”. Com direito inclusive a uniformizar o grupo, com camisetas alusivas à data.

Veio a pandemia e tudo foi esquecido. Em janeiro de 2021, um cruzeiro seria impensável. Nem mesmo poderia haver uma comemoração grande. A celebração seria íntima, apenas com o pequeno grupo familiar.

E, como o homem põe e Deus dispõe, vinte e seis dias antes da data das Bodas de Ouro, meu marido faleceu.

E assim, nem cruzeiro, nem festa. A comemoração foi apenas meu agradecimento a Deus, pelo privilégio de ter vivido um casamento feliz e duradouro. Motivo suficiente par celebrarmos, cada um em seu plano de existência, o amor que vivemos.

Lu Narbot

Crônica

Tema: Era pra ser diferente