Assim caminha a humanidade

 

De repente já é 2022! Puxa, conseguimos chegar até aqui, que bom! Mas cadê o fim do mundo que eu espero desde os 10 anos de idade, aquele fim com que nos assombravam na infância? Cadê os carros voadores e todas as projeções mirabolantes de como seria o futuro, em que a solução para todos os problemas estaria na ponta dos dedos, inclusive a cura para a solidão?

 

Apesar do avanço tecnológico ainda estamos longe de tudo que se projetou. Só se concretizou mesmo o vírus, esse sim, nos últimos dois anos vimos cenas apocalíticas dignas de filme de ficção científica. E cadê os alienígenas querendo dominar a terra?

 

Realmente, saltei o ano, digo saltei porque nem me lembro o que fiz em 2021, com a sensação que nada das minhas expectativas da infância se concretizaram. E já começo o ano tendo a mesma certeza dos anos anteriores de que a humanidade foi uma experiência que não deu certo.

 

Contudo, ao chegar em casa ontem, deparei-me com um alienígena. Ele abriu a geladeira, pegou uma cerveja, sentou-se no sofá e tomou de um gole só. Depois, ficou parado olhando o tempo, não sei o que ele pensava, pois eu estava paralisada. Abriu novamente a geladeira e pegou outra cerveja.

 

Eu queria perguntar algo, mas tive medo, então fiquei observando. Ele foi até o quarto e enquanto via televisão, abriu um livro e começou a lê-lo. Coisa estranha! Acho que ele não prestava atenção em nenhuma das duas coisas. Continuei observando, novamente ele foi atá a geladeira e pegou um sanduíche e outra cerveja.

 

Em seguida, abriu o computador, não sei o que procurava, porém, passou horas em frente a tela e outras tantas horas em frente ao celular. Depois ele fechou a porta e saiu.

 

Fiquei com uma sensação estranha por ter perdido a chance que tive de conversar com um alienígena. Não tirei fotografia, não fiz uma selfie e nem gravei um vídeo para comprovar minha história. Não fiz nada, só me escondi. Poderia até salvar a humanidade com tamanha descoberta! Mas meu medo foi maior que tudo e simplesmente deixei o cavalo passar selado.

 

Fui até o computador para ver se conseguia alguma informação e, por sorte, ele não foi tão cuidoso e deixou rastros logo na primeira tela que abri. Assim, descobri sua identidade sem maiores dificuldades. Enfim... ops! Deve haver um engano, Lena Lustosa! Não pode ser! Essa sou eu.

 

Feliz 2022 para todos. 

 

Imagem do Google.