AMOR ALADO. AMOR ALADO.
AMOR ALADO.
Nove anos atrás.
Logo ao raiar do dia uma calopsita voando bem alto ultrapassa a rede protetora da varanda do meu apartamento localizado no
10°andar, mas que corresponde ao 12° por conter um pavimento de garagem e outro com o playground.
Desta forma Nina chegou aqui em casa. Suja, estressada e completamente extenuada.
Ontem.
Precisava me ausentar por uns dias, arrumei então as coisas da Nina e ela foi para casa de uma amiga aguardar o meu regresso. Essa pessoa tem calopsita é está habituada a cuidar dela pra mim. Tudo correu na maior tranquilidade.
Hoje.
Trim - trim - trim - trim.
Logo ao raiar do dia a campainha toca eu corro para atender cheio de preocupação. Pensava! — Meu Deus! Quem será a essa hora? — Atendo a porta e deparo com uma loura bonita cuja maquiagem chamava atenção para o seu rosto ornado de blush cor de rosa e um penteado exótico com uma leve mecha de cabelo para cima. A visitante então diz. — Oi! Jonas, passei aqui para me despedir de você. Consulto a memória e não consigo descobrir quem é ela. A imagem é familiar, mas quem? Indagava.
Ela caminha para entrar em casa e o seu modo de andar incomum e característico me vem a figura nítida em minha mente da Nina a minha calopsita na forma humanizada.
Confuso, sem entender o que está acontecendo. Fico perplexo. Como pode ser isso? Ela percebe o meu desequilíbrio mental e sai em meu socorro dizendo não fique assim, vou te explicar tudo.
Vim me despedir e agradecer o amor e o cuidado recebido durante a nossa convivência, e fazer a jornada de volta do mesmo modo que fiz quando aqui cheguei a 9 anos atrás e calmamente caminhou até a varanda transformou-se na calopsita que conheço subiu no parapeito da varanda e alçou voo para eternidade.
Trim - trim- trim - trim.
O telefone toca eu atendo e recebo a notícia que a Nina morreu.
Estou muito triste.
Passando.
Nesta mesma hora um ALADO pousou no meu prédio e lhe fez companhia na jornada de volta.