A SABEDORIA
Caminhar faz bem. É necessário caminhar sempre, mesmo em condições desfavoráveis.
A espera por melhores condições, quase sempre acaba com a não realização da caminhada.
Parar também é bom.
Faz bem para uma longa caminhada, parar na sombra, sentir cada músculo relaxar, descansar.
No descanso, renovar os compromissos com as metas pessoais, tirar as pedras do sapato, saciar a sede.
Pietro concorda com o sábio dos sábios que quase tudo o que as pessoas fazem na vida não tem valor. A futilidade das coisas que as pessoas buscam e as suas vaidades pessoais, quando valorizadas em excesso, apagam os planos do caminhante.
Sem saber se segue em frente ou se volta, perdido no tempo, um caminhante desprevenido pode ser atropelado pela vida que segue com velocidade.
A estrada da vida não é sinalizada, não tem placas, não tem GPS. Sem avisos de curvas ou descidas, sem aviso de retorno ou desvio. O caminho se faz caminhando.
A estrada é pavimentada por conquistas de bens materiais, iluminada com luzes da inveja e da ambição, estruturada com serviços delivery de ódio e rancor, self-service da mentira.
O caminhante não encontra lojas que vendam a verdade.
Também não encontra mapas da felicidade.
Uma vez ele procurou a rota da liberdade.
Ah, mas a mentira é encontrada com facilidade. Fornadas são feitas de hora em hora, para não esfriar.
Seu marketing usa a motivação do ódio.
Os outdoor de propaganda vendem a religião customizada, a política para portadores de necessidades especiais, as teorias negacionistas para os perfis não pensantes.
Olhando para frente, o caminhante vê que pouca coisa é necessário para chegar, a sabedoria.
Como também não existem lojas que vendem sabedoria, ele precisa carregar a sua, na mochila das costas.
Beber bastante sabedoria ajuda a saúde, ajuda a evitar a contaminação das doenças das tragédias pessoais e familiares.
Não se compra a sabedoria, assim como não se compra amizades e famílias.
Essas mercadorias têm valor que os cartões não podem pagar, os delivery não podem entregar, e as fábricas sequer conseguem fabricar.
Então o caminhante precisa aprender onde a encontrar. A dica é buscar perto da liberdade, ao lado da empatia, em cima da felicidade, a poucos passos dele mesmo, atrás, na frente, à sua direita e à sua esquerda, talvez no alto ou no centro de tudo.