À ESPERA DE UMA NOTICIA DIFERENTE
Prólogo
1/01/2022 — Talvez seja apenas impressão minha, mas não senti firme emoção nem tampouco alegria espontânea nos rostos das pessoas por ocasião da virada do ano de 2021 para 2022.
Não senti, mas eu gostaria de pelo menos haver percebido, no emergir do olhar brilhante e viçoso das pessoas uma alegria genuína, uma esperança fervorosa em dias iluminados, depois de uma só notícia alvissareira do tipo:
A pandemia acabou. Voltamos ao "status quo ante" de 2018. Ah! Lamentavelmente isso ainda não ocorreu. Portanto, continuarei à espera de uma notícia alvissareira e diferente.
NOTÍCIAS BOAS EM 2018
É de bom grado que lembro e relembro para pessoas que não se lembram ou para os desinformados conscientes ou não.... Em 2018, muitas notícias boas foram transmitidas pela mídia.
HISTÓRIAS INCLUSIVAS PARA ABRILHANTAREM ESTA CRÔNICA
Observação necessária: Estas histórias estão na mídia e basta pesquisar. (Nota do Autor).
Nesta crônica vou recordar apenas algumas histórias publicadas. Logo no começo do ano, soubemos da história do cobrador de ônibus Gabriel Pinheiro da Fonseca, do Rio Grande do Sul, que resolveu aprender Libras (Língua Brasileira de Sinais) para se comunicar com os passageiros surdos. A atitude dele foi divulgada pelo jornal Diário Popular.
Na ocasião Gabriel revelou que conta com vídeos do YouTube e ainda com a ajuda dos próprios passageiros para aprender e ampliar o vocabulário de Libras e, dessa forma, conseguir tirar as dúvidas de todas as pessoas que passam pelo veículo em que ele trabalha.
Representatividade no cinema
Depois de assistir ao filme "Pantera Negra", que retrata o protagonismo de um super-herói negro, a estudante de pedagogia Vitória Sant'Anna resolveu fazer uma campanha para levar ao cinema crianças negras da periferia de Porto Alegre (RS). A ideia era que os jovens pudessem se ver representados na tela.
A professora Carolina Hessel, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ganhou destaque por criar o canal Mãos Aventureiras para contar histórias infantis por meio de Libras (Língua Brasileira de Sinais).
O cobrador Gabriel Pinheiro, a estudante de pedagogia Vitória e a professora Carolina Hessel deram um excelente exemplo de cidadania e ação humanitária. Ah! Sublimar a autoestima de pessoas, crianças principalmente, não tem preço. Assim entendo.
Sustentabilidade e fofura
Amarildo Silva ficou conhecido depois de usar os pneus velhos que recolhia na rua para transformá-los em caminhas para pets. Direto de Campina Grande (PB), ele conversou com o BOL sobre a iniciativa: "Não faço isso apenas pelo dinheiro, me preocupo com a limpeza da minha cidade e com o meio ambiente. Também dedico meu trabalho ao carinho que tenho pelos animais". Com o sucesso da empreitada, ele conseguiu virar dono do próprio negócio. Trata-se de um belo exemplo a ser evidenciado.
Livros mudam pessoas
O ex-servente de pedreiro Odilon Tavares recolhia lixo e fazia reciclagem em Belo Horizonte (MG), quando passou a dar mais atenção à quantidade de livros que estava encontrando pelo caminho. A partir disso, surgiu a ideia de montar um sebo na calçada em uma área nobre da cidade.
"Os livros mudam a gente. Mudei muito a cabeça. Mudei muito minha maneira de pensar. Gosto mais dos livros de religião, administração e marketing". Meu entendimento: Sim, é fato. Os livros mudam as pessoas (não sou exceção), pois os livros têm um forte poder de transformação social na medida em que geram conhecimentos e informações úteis para a sociedade.
Sangue bom
O australiano James Harrison resolveu, aos 14 anos, após passar por uma cirurgia, que doaria sangue sempre que pudesse. Assim que completou 18 anos, ele colocou seu plano em prática, mesmo tendo aversão a agulhas. Após dez anos, os médicos descobriram que James não era um simples doador: ele tem o que se chama de "sangue mágico".
Ou seja, o sangue do australiano traz grandes quantidades de um raro anticorpo, o que permitiu a criação de um tratamento para salvar milhões de vidas de bebês com a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN).
Por conta disso, ele passou seis décadas doando sangue e plasma regularmente e ficou conhecido como "o homem do braço de ouro". Até atingir, este ano, a idade limite para ser doador na Austrália, 81 anos, o Serviço de Doação da Cruz Vermelha estima que ele tenha ajudado a salvar cerca de 2,4 milhões de bebês. Para mim e muitos outros o senhor James Harrison é orientado por um espírito de luz.
EM 2021 HOUVE NOTÍCIAS BOAS
O ano de 2021 foi muito difícil, sofrido, caótico e agourento, mas também houve notícias positivas, como o desenvolvimento de vacinas e o retorno dos pandas à natureza. não há dúvida de que uma das melhores notícias de 2021 é que o coronavírus é suscetível à imunidade e que vacinas poderiam ser desenvolvidas de forma eficaz para controlar a pandemia.
A covid-19 foi declarada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020 e, em menos de uma semana, a primeira vacina de mRNA iniciou a fase um de ensaio clínico. As vacinas contra a covid-19 foram desenvolvidas em tempo recorde.
CONCLUSÃO — O DESDITOSO ANO DE 2021
O ano de 2021 foi bem intenso e acabou sendo o período que muitos artistas se foram. Grandes nomes do teatro, cinema, televisão, e do mundo da música morreram no decorrer dos meses e mostraram como a nossa vida material é frágil.
Essas personalidades que desencanaram marcaram várias gerações com seus trabalhos, e infelizmente partiram, mas deixaram um memorável legado. Fechando o desditoso ano de 2021, na madrugada de quinta-feira (30/12) a escritora Lya Luft desencarnou.
Hoje este incipiente eterno aprendiz e escritor de meia-tigela, pelos padrões sociais, é considerado um velho. Por isso vou encerrar esta crônica citando uma das melhores frases dos desencarnados Ruy Barbosa e Lya Luft:
“A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima.” Ruy Barbosa — (SIC). “Nem todo velho é bom só por ser velho. Ao contrário, se não acumularmos bom humor, autocrítica, certa generosidade e cultivo de afetos vários, seremos velhos rabugentos que afastam família e amigos.” Lya Luft — (SIC).
Acredito que a morte não extingue o espírito! Felizmente não tenho inimigos, mas adversários combalidos pelo mau uso do livre-arbítrio e por serem menos resilientes do que eu. Não cultuo e espero nunca ser infectado com essa desafortunada desdita de afastar de meu convívio familiares e seletíssimos poucos amigos.