União Perfeita é tão Difícil...

De novo. O mesmo tema recorrente, repetitivo, reincidente. Por que será que essa união perfeita é tão difícil de ser encontrada? Talvez porque já se começa errado. Não é uma procura. É um estado de ser que permite ao Universo trazer a pessoa até você. Sincronicidade. Tantas e tantas vezes já escutei histórias de pessoas por aí, que por meio do acaso, do Destino, das coincidências bizarras da Vida, acabam conhecendo a pessoa que sempre sonharam encontrar. Nunca será alguém inatingível. Vai sempre ser alguém compatível com o tanto de amor que você tem pra dar. Não me canso de surpreender com todos os que se casam de novo. E de uma adorável noite juntos, acabam reconhecendo que não podem mais viver separados. Dessa vez, sem o vestido branco e a grinalda. Nem o salão com rosas colombianas para 500 pessoas. Ou os docinhos com cobertura de ouro. Quanto muito será um almoço praquelas poucas pessoas que importam. Que vão tirar o sapato e dançar descalços. Não vai ter marchinha de carnaval, nem máscara. Nem jogar buquê para as solteiras se estapearem feito esfomeadas em busca de um pedaço de pão. Dessa vez será dormir junto. Acordar junto. Um faz o almoço. O outro lava a louça. Conversas na varanda tomando café. Cozinhar uma receitinha gostosa. Adotar um cachorro. Caminhar juntos no parque. Alguém que ri com você. De você. Para você. Pés no chão. Olhos nos olhos. Sorrisos eternos. Existe leveza. Bom humor. Gentileza. Não entendo como casais casados de papel passado conseguem continuar juntos sem rir juntos. Que mundo transpassado é esse em que vivem... Não se aturam. Se detestam. Brigam. Criticam. Têm crises de ciúmes. É desgastante. É como tentar convencer alguém com amnésia, todos os dias, que você é a pessoa escolhida. Mas o outro esquece. Já escutei mulheres reclamando de seus maridos. Não podem fazer uma tatuagem. Não podem fazer um curso. Não podem ter contato com outros homens. Não podem viajar. Não conseguem um minuto de solidão. Sempre tendo que dar satisfação. Esses maridos-pai, infelizes como homens, reprimindo suas esposas-mulheres-propriedade como os donos de escravos. Como dizer a uma pessoa que o grande problema da vida dela é o casamento dela? Estou dizendo agora. Eu e minha mal-dita escolha de vida. De escrever aquilo que talvez ninguém mais queira. Tudo pra terminar com esse pensamento: o ser humano é capaz de amar infinitamente. Mesmo depois de um divórcio dolorido. Mesmo ficando viúvo. Mesmo desacreditando no casamento. Mesmo achando que não existe ninguém capaz de amá-lo de volta. Já vi repetidas vezes a pessoa encontrar amor e essa união ser tão harmoniosa, que eu me pergunto como é que não se conheceram antes. Ausência de amor seria como um fracasso da Humanidade. Seria a falência da Vida. E eu não acredito nisso. Sou uma eterna otimista. Acredito nesses encontros mágicos que nos fazem rir de gozo. De prazer. De alegria profunda. Tu acertou dessa vez, Deus. É o que dizemos. Valeu a espera.