Crônica caricata, mas com fundo de verdade: "Verão"
É, amigos, oficialmente, ele chegou hoje. Mas tal qual aquela visita indesejada e desagradável, parece que já tá por aqui faz uns dois meses, tamanha sua presença de espírito... de porco! Tô falando do verão, aquela estação celebrada por muitos, principalmente aqueles que moram no litoral, curtindo por mais tempo a praia e sendo acariciados pela maresia. Não é o meu caso!
Moro no interior de São Paulo, mais precisamente no Pontal do Paranapanema, lugar tão quente que até o diabo resolveu fazer um morro pra chamar de seu! Sim, aqui onde parece existir o "segundo sol", onde o asfalto é capaz de fritar um ovo e a gente parece estar constantemente sendo preparado num microondas ou numa air fry!
E pra ajudar, chuva aqui virou coisa rara de acontecer. A meteorologia pode até acertar previsões pluviométricas em outras cidades, mas quando o assunto é Presidente Venceslau, São Pedro parece que faz "pegadinha do Mallandro": Enche o céu de nuvens carregadas, e manda, no máximo, uma garoa. Ou a garoa seria coisa dos demônios... da garoa? Não sei, só sei que aqui não chove nem com reza brava! Tem horas que eu olho pro céu e pareço ver São Pedro debochando da gente e falando "glu glu, ié ié!"
Na boa, pra mim, o verão não é bem vindo. Esse calor me derruba. Por aqui, o sol tá acordando antes dos galos e fazendo hora extra no fim de tarde. Outrora, nesta época do ano, a única coisa que prestava era o horário de verão, principalmente de manhãzinha, pois ainda estava escuro e com temperatura um pouco mais agradável. Até isso mudaram, favorecendo este calor infernal.
Fico no quarto a tarde toda, ligando o ar condicionado e imaginando a conta de luz crescendo como num taxímetro, porque usufruir da energia elétrica também parece ter virado artigo de luxo. Tomar quinze banhos por dia, não resolve. Sai água quente do chuveiro desligado, mesmo que eu não tenha placas de energia solar no telhado de casa.
Enfim, verão, você é agradável. Não pra mim, mas pra quem reside na beira do mar ou no máximo, para os ribeirinhos, como os vizinhos Epitacianos. Que chegue logo o outono!
* O Eldoradense