Ócio criativo- BVIW
O pensamento ficou louco com o acúmulo de ideias, frases e insights que não iriam materializar-se. Não aceitou muito bem a imposição das letras que tirariam uns dias para relaxar e aproveitar a estação da calmaria. Entretanto, a personalidade excêntrica do grande pensador não combina com as regras, está acostumado a ter tudo e todos ao seu redor e não ficaria refém delas de maneira alguma. Pensou ligeiro e, vingança é um prato que se serve frio, não subestime a imaginação. Já que não poderia libertar-se do ócio criativo, nem dos muros da criação, convidou as janelas da alma para assistir aos filmes da vida, ler e reler livros e matar o tempo nos mares da Bahia. Tinha em mente desbravar outros olhares, pescar filosofia, jogar com a matemática e pernoitar com a sociologia. Ainda assim, ficou bravo. O inconformismo era latente, e ficar em segundo plano em quanto as letras se divertiam atormentava a calma. De resto, já que não tem remédio, é encher a cabeça e ficar bêbado de saudades.