VALE A PENA!  LER DE NOVO.

                 

Findamos mais um ano e outro avizinha-se!  Um ano de muitas leituras para todos nós, até mesmo para aqueles que nunca se debruçam ou se debruçaram sobre um texto. O ano 2021 foi o ano da leitura compulsória sobre a vida e seus matizes; obrigou-nos a todos, indistintamente, a ler, interpretar, refletir, ponderar, críticas e fazer resumos sobre tudo que está sobre Urbi et Orbi. A cada segundo lemos reiteradas vezes o valor e o significado da vida, ainda que não tenhamos chegado a um veredicto; isso, porque, a cada segundo víamos ou ouvíamos sobre uma vida que partia de nós sem a menor oportunidade de sobrevivência. Foram tantos! Gente querida, amada; gente sofrida, vivida; vidas intensas que sentiu e, que, acabou deixando saudades. Gente, que tomamos nem sequer conhecimento que já não mais pertencia a essa biblioteca chamada mundo.

 

Lemos que a morte é real! Que ela existe! Ponderamos sobre vida pós, (morte)! E, que ela, está aqui; ali, acolá, está pertinho de nós. Está para o mendigo que vive à margem da sociedade; para o artista abastado; para o escritor de cátedra; para a cantora famosa; para o comediante; para o deputado, senador, prefeito. Ela esteve, está, e estará hoje para todos nós indistintamente independentemente, de cor, crédulo, posição socioeconômica, gênero, etnia ou nacionalidade.

 

Lemos, que os políticos que elegemos, são os nossos mais temíveis e perigosos inimigos; que o povo é de fato massa de manobra fácil e pode ser controlado enjaulado e marcado para morrer. Que o estado é o cemitério que todos nós podemos ser enterrados, e ainda, com nosso voto em mãos! Lemos que um soldado herói, Wesley Soares Góes, Polícia Militar da Bahia, foi morto pelos seus irmãos de farda, por recusar obedecer ordens insanas de um déspota tirano que ainda, insiste, em suas bravatas insanas. Lemos da perseguição ao cidadão trabalhador. Opressão a civil indefeso que algemados foram levados para a prisão! Que tiveram seus comércios fechados a solda elétrica! Suas bancas de mercadoria quebradas e queimadas sob fortes pancadarias de homens truculentos, butos e comandados por governos desprovidos de inteligência e senso comum.

 

Lemos que as grande superpotências inabaláveis e indestrutíveis em seus arcabouços de sustentação e sistemas, não passam de castelos de cartas que desmorona à mais leve brisa. Que os poderes econômicos são cruéis em suas manobras ardis para venderem seus produtos à revelia, sem se importar com as vidas. Que um “simples” vírus, segrega, aprisiona, cria saudade, dor, desespero, medo, pânico, adoece e mata. Lemos ser impossível viver sem saudades; que uma simples porta, é o limite da razão e a insanidade. Que podemos viver com a dor! Que a vida ao tempo que vale muito, não vale nada! Que o vírus quebrou os limites da geografia e da topografia! O perto ficou tão distante, e o distante ficou tão perto, quase que tangível!

 

O imaginário ganhou um novo significado, substituindo em muitos casos, a realidade! Verdadeiro nunca foi tão questionado, e o falso, tão defendido e abraçado! Já não somos os mesmos. O mundo foi repaginado e em cada nova página, um novo capítulo, uma nova história fora escrita.

 

Lemos, escrevemos, cantamos, oramos, choramos e, nalguns parcos momentos, até rimos e pensamos estar felizes! Entretanto, as últimas páginas ainda estão sendo escritas. Resta-nos esperar pela sua conclusão em alguns dias! Lemos! Lemos, tantas coisas, que nunca havíamos lido em quaisquer livros. Lemos a vida! Oxalá! Tenhamos aprendido algo nessa tão relevante e significativa leitura!