Tênebra e Êxtase (Eclipse)
Em seu palco sombreado de vermelho ela dança, pronta para valsar no silêncio, pois ela é a música.
O olho da águia mapeia.
Aspira pedaços de delírios, rouba os recortes, trazendo pra si todos os desejos da sua presa. A anfitriã tem uma taça nas mãos, e ela se veste de sonhos.
Teu corpo me escraviza, depositando em mim todo teu caos. Sou quase parte da noite, quando estou com suas correntes em volta dos meus punhos, e o dia já não existe. Uma prazerosa inércia.
Ela rasgou suas vestes.
As grades se abriram, mas ainda estou lá.
Ainda em chamas, isso não cessa, é frenesi.
A música ecoa por toda parte, e eu ainda estou lá.
As grades se abriram, mas a chave sou eu, e ainda estou lá.
É um castelo no calabouço, sob sua tirania, e eu quero estar lá.