Tênebra e Êxtase (Eclipse)

Em seu palco sombreado de vermelho ela dança, pronta para valsar no silêncio, pois ela é a música.

O olho da águia mapeia.

Aspira pedaços de delírios, rouba os recortes, trazendo pra si todos os desejos da sua presa. A anfitriã tem uma taça nas mãos, e ela se veste de sonhos.

Teu corpo me escraviza, depositando em mim todo teu caos. Sou quase parte da noite, quando estou com suas correntes em volta dos meus punhos, e o dia já não existe. Uma prazerosa inércia.

Ela rasgou suas vestes.

As grades se abriram, mas ainda estou lá.

Ainda em chamas, isso não cessa, é frenesi.

A música ecoa por toda parte, e eu ainda estou lá.

As grades se abriram, mas a chave sou eu, e ainda estou lá.

É um castelo no calabouço, sob sua tirania, e eu quero estar lá.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 17/12/2021
Reeditado em 23/12/2021
Código do texto: T7409402
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