NAQUELA MESA
Segunda feira, 13 de dezembro, logo será Natal .
Pelas ruas já são possíveis tropeços entre vitrines enfeitadas e multicoloridas luzes piscantes .
Fico me lembrando de tantos natais passados, dos quais ainda sinto o cheiro das fartas refeições na casa dos avós.
É quase possível tocar na lembrança as " bagunças" coloridas das guerras de papéis de presente, entre irmãos e primos .
A conversa animada dos pais, avós e tios, riso frouxo, alegria plena.
Impossível conter a enxurrada de lembranças e a enorme tsunami de saudades que afloram nessa época.
Aos poucos, " naquela mesa" já não estávamos todos, foram se aos poucos uns e outros .
É incrível, como tudo se passava ao redor daquela mesa enorme, cercada de cadeiras, cristaleira, arcas e estante.
Naquela mesa nasciam todas as conversas mais ternas e despretensiosas, nas ocasiões festivas- sempre regadas a deliciosas receitas temperadas com muito amor.
Mas a vida é um ciclo, a mesa ora cheia, segue vazia, as festas já não acontecem, os almoços ficaram na memória, as bolas de papel colorido se desbotaram no tempo da lembrança.
" Agora resta uma mesa na sala", vazia de presença e repleta de imantadas recordações.
Que triste!! Como é dolorida a saudade, como é pesado o vazio da presença daqueles que nos precederam na jornada de volta á casa do Pai.
Logo será Natal, e " naquela mesa, estão faltando eles e a saudade deles está doendo em mim".