O Presidenciável Ciro Gomes
No ano de 2018, na auge da campanha presidencial, estive em Fortaleza, apenas na condição de turista, juntamente com minha mulher. Sempre que, em algum lugar, precisava apresentar a minha identidade, eu tirava uma onda e perguntava como andava a campanha do primo. Com certo sarcasmo, me olhavam de revés e diziam: "ih... ele aqui não está com nada."
Já tendo ocupado os mais diversos cargos políticos, a exemplo de prefeito, deputado, governador e até ministro nos governo Itamar e Lula, além de ter feito curso em Harvad sobre política e economia, certamente seu currículo o habilitaria sobejamente para o Palácio do Planalto. Mas, em política, não é a competência técnica que conta. Há outros "poréns", como carisma, habilidade no trato, liderança etc e tal.
Exemplifico: chego a uma pequena cidade do interior para assumir a gerência de uma agência do Banco do Brasil. O quadro de funcionários já pequeno e um colega afastado para concorrer ao cargo de vereador. No seu folder de propaganda, dizia: "engenheiro químico, pós graduado, professor universitário e funcionário do Banco do Brasil." Para o cargo de vereador, numa pequena cidade, seu currículo já seria por demais suficiente. Não obteve sucesso na eleição, mas um simples carroceiro foi eleito. Ora, por certo, aquele carroceiro, com sua carroça de tração animal, conduzindo geladeira, fogão, pequenos móveis, materiais de construção, atuando no dia a dia, com a sua simpatia, seu carisma, era mais conhecido do que aquele engenheiro.
Assim, logo se conclui que na política não é a competência técnica que o faz campeão nas urnas e sim o seu carisma.
Não é à toa que muita gente civilizada chega aqui no Nordeste e usa o chapéu de couro e come a tradicional buchada de bode.