NUANCES.

Quem me conhece sabe o quanto busco de forma suave a intensidade da minha alma anciã .

Transformo sentimentos em palavras, rabisco sons, percorro canteiros de estrelas e mergulho em mares de girassóis. Sim, sou feita de carne, ossos e poesia - que move meu mundo interior, um coração paralelo.

Também sonho e construo realidades mesclando dores reais e sentimentos ora plenos de maciez, ora repletos de lágrimas. Rascunhos da alma .

Quanto aos sonhos são imprescindíveis para suportar o concreto existir e como Chico Buarque bem retrata " um lugar deve existir, a espécie de bazar, onde os sonhos extraviados vão parar".

Mas nem sempre recuperamos a " bagagem perdida" nos caminhos da vida...

Pelo sim pelo não, urge seguir em frente, ganhar o pão de cada dia, sorrir muitas vezes maquiando a dor, chorar de alegria , sim apesar de " um dia feliz, às vezes ser muito raro", existem momentos únicos.

Então, entre sonhos, rabiscos, silêncios que gritam e sons que acalantam vamos " vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar'- Já ( en) cantava Elis Regina.

Sim, se perceberam também amo música, existem letras e melodias que pulsam em mim.

Mas não sou totalmente sozinha em mim mesma, afinal, novamente Chico Buarque" solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma".

Enfim, essas nuances compõem a trilha da minha vida.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 10/12/2021
Código do texto: T7404129
Classificação de conteúdo: seguro