SAUDADE de uma escola...
Todas as gerações terão no passado os melhores motivos para recordar. Não sendo assim, pode significar ausência de um passado significativo.
As gerações que nasceram até os anos 1980, tem na escola como um dos muitos bons lugares guardados na memória. Para a maioria, até nossa geração, foi o melhor lugar da vida, naquele momento. Era tudo fantástico, até o professor, as aulas, tudo.
Na escola tínhamos acesso a um mundo que fora dele não existia. O professor falava de coisas e assuntos que a gente nunca tinha visto. Tudo era 'coisa do outro mundo'. O professor era, de fato, um ‘detentor’ do conhecimento em comparação a nossa quase total ignorância acerca do mundo fora da nossa realidade.
Não tinha telefone, TV somente em alguns lares, revistas, tudo era distante. O rádio era direcionado para escutar música, a informação que era transmitida não nos atraía.
Hoje está tudo mudado. As crianças, muitas, gostam de tudo na escola, menos das aulas. Não são mais interessantes. Talvez porque as crianças tem acesso às informações de forma intensa e autônoma. Sabem, também, o que o professor sabe. Em grau diferente. E, em alguns casos, melhor do que o professor. Assuntos e temas fantásticos não são mais estranhos aos alunos, em algum veículo de informação, certamente, as crianças acessaram. Hoje as crianças têm saberes. Tanto que um dos desafios é considerar os conhecimentos delas nos conteúdos temáticos em situação de aprendizagem (aula), o que se constitui um dos grandes desafios para os professores.
Este é o aspecto que a escola precisa recuperar. Ela precisa ser interessante e despertar a curiosidade das crianças, adolescente e jovens. Difícil?, sim e muito. As tecnologias da informação permitem a divulgação de praticamente tudo que acontece no mundo em tempo real. Isso permite que o público-alvo da escola tenha acesso, muitas vezes, antes mesmo do professor aos assuntos e temas relevantes.
Nesse cenário tornar uma situação de aprendizagem em algo realmente atrativo e significativo para o aluno é desafiador para os professores.
O caminho está, creio, na reformulação dos cursos de formação e manter uma formação continuada ou permanente em que o foco seja como articular informação e/em conhecimento mediado pelas tecnologias presentes nos contextos sociais.
Não existe receita. Porém, a escola como instituição formativa precisa se reinventar. Da forma como está, acabará sendo preterida pela própria sociedade e capitalismo que a mantém. Como fazer isso?, deve ser uma ação formulada de forma coletiva e colaborativa. Possível? Sim, sim.