Da importância do Oposto
Eu preciso do oposto
Do oposto como medida
Para que eu não me descanse no conforto da concordância
A concordância me apavorada
Por ela não tenho nenhuma simpatia
Prefiro o adverso
O adverso me obriga o repensar, o recolocar-me diante de novas possibilidades
Assim, desde que aprendi
Para minha salutar alegria
Que o oposto me induz ao rever posições
Desde aquele dia
Tenho um profundo respeito pelo oposto
Porém, quando digo que não nutro simpatia pela concordância
Quero dizer, que não considero a concordância por simpatia, sem critério ou automática. Esse tipo de posição revela que o interlocutor nada mais é que um bajulador
Então, por esse, meu desprezo, disse, ao fim da resposta a um ouvinte que lhe apresentara uma questão que demolia uma das teses em que o palestrante defendera num de seus artigos.
Ao fim do encontro, e da resposta, o palestrante, coerente com que dissera, se dirige ao interlocutor. E como quem reconhece a importância do debate, agradece pela pergunta acrescenta dizendo que a questão apresentada o obrigou a pensar numa nova possibilidade de interpretação.