FOI ASSIM ... Capítulo II

CAPÍTULO II

Um ato de coragem

Antes de viajar ela conseguiu deixar um recado com uma amiga, onde informava o nome da cidade para onde iria ser levada. Ele a levou para uma cidadezinha chamada Macaíba, que fica a apenas vinte quilômetros de Natal.

Peguei uma bicicleta e rumei pra lá, onde através de informações dadas por uma madrinha, consegui chegar a uma fazenda fora da cidade onde ela estava hospedada. Conversamos apenas por alguns minutos porque já começava a escurecer e eu ainda tinha que pegar a estrada de volta a Natal. Na escuridão, com medo de me perder no mato, foi de fato uma aventura para aquele jovem e inexperiente rapazola.

Sabendo que, mesmo ali a filha não estaria impedida de se encontrar comigo, meu sogro a reconduziu para Natal. Havíamos ganho aquela batalha e aberto um caminho para uma solução definitiva.

Nunca fui alguém que pudesse ser considerado como corajoso, porém o amor transforma as pessoas, fazendo com que tomem atitudes extremas. Assim aconteceu comigo naquela situação. Meu sogro era uma pessoa carrancuda, fisionomia fechada para desconhecidos, embora simpático e acessível aos amigos.

Não sei o que me fez tomar aquela atitude, o certo é que alguns dias depois, quando o pai dela voltava do trabalho, fui ao seu encontro para tentar convencê-lo a permitir o nosso namoro. Foi numa rua deserta, só nós dois ali. Disse-lhe que precisávamos conversar. Pedi-lhe que me explicasse o que tinha contra mim; disse-lhe que era um rapaz honesto, tinha um emprego, afinal qual era o impedimento para com o nosso namoro. Fui sincero (acho que gaguejei um pouco devido ao nervosismo).

Ele pensou um pouco e respondeu que no dia seguinte viajaria para o Recife a trabalho, onde ficaria por dois dias e que, depois disso eu fosse em sua casa para, juntamente com toda a família, tratarmos de minha pretensão. Logo na noite do dia seguinte eu dei uma de esperto, fui à casa dela, e quando minha futura sogra quis me impedir, eu lhe disse apenas: – Já falei com seu marido. Ele me autorizou a vir aqui. (continua)