FOI ASSIM ... Introdução

FOI ASSIM ...

No início do ano de 1953, eu ainda tinha 16 anos, só em outubro iria completar os 17. Depois de várias interrupções, estava recomeçando a estudar e me matriculei num curso de admissão, que funcionava no Grupo Escolar João Tibúrcio, no bairro do Alecrim, aqui em Natal. Teve que ser no horário noturno por que durante o dia eu trabalhava como mensageiro numa concessionária inglesa do ramo das comunicações.

Saía direto do trabalho para as aulas. No trabalho eu usava uma farda vistosa, que mais parecia a roupa de um cadete. Isto me dava um certo destaque e costumava atrair a atenção das garotas do colégio. Apesar de ter uma aparência comum, vivia rodeado delas, curiosas em saber o motivo daquela vestimenta.

Um dia notei que duas garotas me olhavam de longe, e quando cruzávamos o olhar elas rapidamente desapareciam por uma porta de alguma sala. Ambas eram bonitinhas e ainda bem novinhas, o que em parte explicava o seu comportamento.

Ainda não havia notado, mas ambas eram da minha classe, e por ocasião de uma chamada, fiquei atento e anotei o nome de uma delas. Era um nome bem diferente dos demais (depois fiquei sabendo que era descendente de holandeses). Na saída, aconteceu algo que provocou nossa aproximação. Alguns alunos brincavam de jogar pedrinhas uns nos outros e uma delas, acidentalmente atingiu a perna da minha holandezinha. Imediatamente fui em seu socorro, e conversa vai, conversa vem, a acompanhei até bem próximo de sua residência. Era baixinha, pernas bonitas e riso fácil. Este foi o começo de tudo. Me encantei com sua simplicidade e brejeirice. Hoje, 67 anos depois, continuamos juntos e felizes.

O que aconteceu durante este longo intervalo de tempo é o assunto principal destas mal traçadas linhas. (continua)

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 09/12/2021
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