Brasil, o país das maravilhas
Desde a década de 80 o brasileiro vive a expectativa de um país livre, democrático e mais justo.
A Constituição Federal de 1988, a Cidadã seria fruto desse idealismo. Há quem alega que ela é resultado de um revanchismo político e ideológico.
Já se passaram 33 anos, 7 presidentes (oitavo em andamento), algumas mudanças significativas na economia nacional, sendo o Real a principal delas, três posicionamentos políticos-ideológicos: social democracia, centro-esquerda e agora direita, alguns períodos de estabilidade econômica e duas ou três crises profundas.
Não há dúvidas que o grande feito desse período seria ‘consolidação do Estado Democrático de Direito fundamentado pela estabilidade das instituições civis, da democracia política, da garantia dos direitos constitucionais e da reestruturação econômica da nação.
Entretanto, o que de fato vivemos e vivenciamos pode ser mais bem definido como “país das maravilhas”. O Brasil é um conto de fadas.
No mundo da fantasia o que mais prevalece são narrativas, e o mais importante não são os finais felizes de seus personagens, mas sua saga e o enredo.
A história da grande nação que muitos sonhavam continua sendo contada com muitas fábulas, mitos e salvadores da pátria.
Dentre os diversos heróis, vilões e personagens coadjuvantes destacam-se àqueles estabelecidos nos panteões do Supremo. A vitaliciedade, os privilégios, as decisões monocráticas e o direito a reinterpretar a Lei fizeram deles o poder moderador dessa republiqueta.
Nesse imaginário lúdico e satírico a realidade é de sofrimento, de massa de manobra, de salários mínimos, custo de vida alto, de injustiça social e pseudoliberdade.
O povo continua bestializado e envolvido nessa trama que melhor se define como ‘pão e circo’. Contudo, não são tão inocentes assim, pois se alimentam da síndrome de Estocolmo.
Há quem grite: "Ele voltou galunfante!".
A pior e triste parte desses anais é que para alguns, a solução sempre é combater veneno com outro veneno e violência com violência.
‘Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.’