FOME e DESIGUALDADE.
No Brasil, a fome é consequência. Não é raiz, não é problema em si.
A fome está relacionada com todo tipo de desigualdade produzido em sociedade. Se eu tenho mais que outro (alguém), mesmo que eu considero isso justo, merecido e privilégio (meu), há uma desigualdade entre mim e o outro.
São as situações de desigualdades entre nós, e que tanto apreciamos e defendemos, que ajudam produzir todas as situações de miséria, inclusive a fome de tantos.
Sociedade justa é aquela que promove condições iguais para todos os seus membros acessarem as condições necessárias para o seu desenvolvimento e alcançar todos os graus de evolução profissional e relacional que qualquer um pode conseguir. Isso é justo.
Sociedade igual é aquela em que todos usufruem dos mesmos elementos culturais sob as mesmas condições. Sem nenhum tipo de privilégio. Privilégios são promotores de desigualdade social. Exemplo, só seremos iguais, perante a todos, quando TODOS receberem os mesmos salários. Se eu ganho mais que outro, o meu ‘mais’ gera uma diferença para o outro, ou desigualdade. Ele, o outro, não poderá fazer o que eu posso com o que eu ganho a mais. Isso é desigualdade e produz, reproduz e legitima a desigualdade, porque eu defendo estas situações. Considero-as justas e meritocráticas. Sob critérios humanos, não são.
A não ser que as palavras ‘igualdade’ e ‘desigualdade’ tenham outro sentido.
Enfim... são as situações desiguais que geram a fome e tantos males entre nós que nos afirmamos humanos.
Se existe um Deus, a FOME será pecado imperdoável;
Se não existir Deus, que o pobre vá se l****, vou cuidar do meu...
Humanidade?
Que humanidade?
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Tudo pode ser problematizado, inclusive eu.
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