Rio Branco, de Andradas - coisa mais linda!
Era 1986 o time chegou lá e, vibrar mesmo, quem vibrou foi o Tato, torcedor raiz pra caramba, mas que nada, era 1960 e pouco e o time já estava lá, bem antes, aliás.
A alegria não pode – poder até que pode, mas não deveria, penso eu - ser mensurada por títulos, por vitórias, por conquistas, por troféus emprateleirados, por porra nenhuma classificatória; o amor existe por si só e independentemente de chaves, de grupos, de classificação do cacete a quatro nós amávamos o Rio Branco e nada mais! Aquela bola rolando macia ali, nos pés mágicos de alguns ídolos inesquecíveis (Itamar Mineiro, já na fase profissional, foi um deles) era o que nos interessava e o resto era só o restante.
Aos domingos, de manhãzinha, terminada a missa naqueles dias longínquos, eu, meu pai Tiãozinho Trocate e meu tio João Trocate corríamos pra ver o Rio Branco jogar. O campo era ali mesmo; o estádio nem existia. Arquibancada era o barranco!
Em frente, o bar – certeza! Guaraná caçulinha pra mim, vinho tinto quase mastigável pro meu pai e uma água pra tio João que não provava álcool fosse de que espécie fosse.
Que tempos, meu Deus!
No campo era sem compromisso. Ninguém queria menos que jogar bola, problema do placar que não ajudava; o barato era dar espetáculo. Bola entre as pernas, chaleira, chapeleta aí então nem me fale; ganhar era importante sim, mas pontuar Deus que sabia.
Tempos de sonho – e nem sei bem se era tudo isso mesmo, posso até ter devaneado um pouquinho, sei lá - vida que volta não, que pena!