OS MÚSICOS E A NOITE DE PORTO ALEGRE II
O Toninho Peruca havia trabalhado muitos anos em Buenos Aires o que lhe possibilitou falar fluentemente
a língua de Gardel.
Ele parecia o homem dos mil disfarces. Apresentava-se, fazendo shows nas boates de
Porto Alegre como se fosse um
famoso cantor argentino.
Certa noite o nosso personagem
ajeitou bem a peruca, colocou um
bigode postiço e vestiu-se elegantemente e dirigiu-se ao Mil
e Uma Noites boate que ficava localizada no bairro Vila Assunção.
Quando chegou foi logo sentando
a mesa, pediu um litro de uísque,
mandou servir uma rodada de cervejas para os músicos e depois
desfrutou de um lauto jantar.
O garçom estava exultante porque
já sonhava com uma substancio-
sa gorjeta até porque naquela noi-
te a casa estava vazia.
Lá pela madrugada ele foi ao
banheiro, trocou de roupa, tirou a
peruca e o bigode, saiu e se incor-
porou aos músicos, pegou o violão e começou a tocar.
O garçom percebendo a ausência do falso argentino, foi ao banheiro atrás dele e não o en-
contrando,
perguntou ao porteiro, citando as
características do indivíduo , se
ele havia visto o dito cujo sair.
Considerando a negativa deste,
o garçom talvez tenha con-
siderado que teria sido vítima de uma aparição.