O Caminho das Letras
O Caminho das Letras se parece um pouco com o Caminho das Pedras (a primeira vez que ouvi ou li sobre isso tive a impressão de que era uma expressão sinônima a "Via Crucis" ou algo congênere...)
Mas diabos, vamos logo ao que interessa, né?
As (pouquíssimas!) pessoas que me conhecem bem (não as que julgam conhecer-me, de modo algum!) acham que eu tenho uma facilidade incrível para escrever. Que eu "escrevo bem" (Imaginem! Bondade Vossa!) etc. e tal. Com efeito, minha obra conta com mais de 10 livrinhos publicados (entre poesia, ficção e crônicas), alguns textos de alto teor subjetivo (cartas, textos inclassificáveis – como muitos discos do Velho Zappa, conforme uma reportagem na extinta revista Bizz, de SP – e alguns pensamentos expostos na internet*). De fato, escrevo, sim, sem muitas dificuldades, se e quando comparado à maioria das pessoas. Se escrevo bem, bem... Isso é outra história. Mesmo escrevendo desde 1990 (Cê tá falando sério, Cara? Sim, estou), ainda tenho que encarar folhas em branco, páginas em branco, bloqueios mentais para escrever (autores também broxam, sabia? É. Broxam mentalmente; se põem a escrever e a meia dúzia de palavrinhas escritas chega a ser jogada fora, por não se adequar de modo algum à intenção original do autor...) e, comigo não é diferente, às vezes deixam de escrever, seja por falta de vontade ou por medo de externar algum sofrimento muito íntimo, do qual eles querem se livrar ou não se lembrar nunca mais; daí optam por não deixar nada por escrito para não "solidificar" momentos difíceis de suas vidas...
Em tempo: escrever sobre a dificuldade de escrever é, por si só, um puta mote para quem tem dificuldades de escrever. Eu reconheço, publicamente (ao menos a partir de agora; se bem que, em sala de aula, eu já o fizera por N vezes...) que, se eu fosse um bom leitor, seria um autor muito menos bunda mole, porra louca e cretino, medíocre, do que eu sou...
A mim, Senhoras e Senhores, falta muita leitura. É. Para pegar mais esquemas de composição textual (paragrafação adequada, trechos muito bem redigidos – caso de narrativas em geral – e uma linguagem mais concisa, objetiva, acessível ao leitor comum, que detesta textos subjetivos (como meu Nº 1643 e Água Viva, de Clarice Lispector).
Ah, Pessoa-que-lê, não é fácil simplesmente a nós, que tão acostumados estamos a escrever, nos entregarmos a essa tarefa tão difícil. Mas a gente tenta, né?
NOTA
Para quem se interessar, favor acessar o link a seguir:
https://bit.ly/31xvdnU