Ode a quem?

"Como será o dia de nossa morte? Há quem se enxerga nas calamidades, na fatalidade por engano ou injustiça... No beco do erro.

Há quem desacredite dessa passagem para outra, quem jubila, quem simplesmente vai e deixa suas dúvidas, dívidas. Quem mártir é.

Ninguém sabe o que será, se para isso, não é permitido ter esse poder. E para quem o fato fim se dá, ganha o que?

O fim da dor?

O fim do amor? Próprio? De alguém?

Perde tudo e ganha de vez o arbítrio?

O livre estado de estar? Ser?

Como um morto somos o que?

Um lembrete para o vivo, viver?

Como será o nosso fim? Há quem queira estar só, desapegado, não ser lembrado ou bem lembrado, ser aclamado pelos feitos, para ser uma bela placa de aviso.

Há quem jaz nessa permuta com fé de ter vivido o que quis, o que deu e o que não deu - resto é.

E isso que em pós mortem é resto, na verdade sempre nos sobrou em vida. O que nos mata, é a única coisa que tem o total poder sobre nós.

O trato não é feito nem com céu ou o inferno. O trato é certo e azarado - Você venceu por prazo de não ser mais válido, mas na lápide, você venceu por ter lutado, arado seu grão de vida, cuidado da impiedosa sina

Cabisbaixo meu amigo...

Fortuito é a nossa sorte.

Pequena é, a nossa chance

De dizer para a morte, o que ela nos é, no olho por olho e dente por dente."