Não dá para passar a vida se explicando.
Não dá para passar a vida se explicando. Quem só conhece suas raízes talvez nunca veja as suas folhas. Quem só vê suas folhas talvez nunca saiba das suas raízes. Todavia, folhas e raízes fazem parte de um só corpo. Então, se as raízes não estiverem bem, possivelmente as folhas não estarão bem, por outro lado se as folhas também adoecerem, as raízes podem até morrer.
Com isso, podemos entender que alguns só verão as nossas fraquezas, outros nos considerarão rochas inabaláveis, podendo se frustrar com as expectativas que criaram sobre nós. Assim, podemos ver que estar perto não é o mesmo que conhecer, no entanto, a planta dá sinais de quando não está bem, mas podemos ficar muito ocupados a ponto de não prestarmos atenção em nosso jardim. Até que um dia, nos damos conta de que aquela planta não está mais lá, e porque não percebemos que ela estava morrendo? Porque até podíamos saber tudo sobre ela, e mesmo assim nunca tê-la visto de verdade. Talvez, soubéssemos tudo sobre a espécie e nada sobre aquele exemplar, especialmente. É como se prestássemos atenção no inteiro, e esquecêssemos de atentar para as frações e, consequentemente, o todo deixou de ser todo, posto que uma parte já não é toda em si mesma. Simplificando, pessoas podem ser como plantas e, por não nos atentarmos para elas, podemos julgá-las erroneamente, subestimando ou superestimando, condenando, absolvendo, lembrando demais ou esquecendo em algum vaso seco num cantinho da vida.
Por isso, se alguém for injusto com você perdoe, lembre-se de que é uma deficiência dela, e não sua, a visão limitada que ela tem de você. Não entorte o seu caule, nem exponha suas raízes; as raízes precisam da terra, assim como as folhas precisam da luz. Em resumo, não tente agradar a todos, porque se você não morrer, ficará deformado, em algum aspecto.