Não irei aparecer nu para ser decapitado

Para quem não sabe, Willian Shakespeare também era ator. O proprietário do teatro onde estava sendo ensaiada e seria exibida uma de suas primeiras obras, sugeriu ao diretor que desse um pequeno papel para um “amigo”.

Willian foi aceito (sem que o diretor soubesse de quem se tratava), e sua atuação seria passar completamente nu atrás dos atores principais. Nada mais que sete passos. Sem uma palavra. Mas o ano era 1594...

William não lembrava de ter escrito nada disso e sugeriu que lhe dessem outro papel.

- Vamos ensaiar. Se não quer, arrumo quem queira. Havendo protestos, tiramos a cena na segunda apresentação. Se aprovada, vai ficar meses em cartaz. Foi a resposta do diretor.

Estreia. Teatro cheio e Willian não apareceu em cena alguma. E nenhum homem nu. Indagado pelo proprietário do teatro o que teria ocorrido, o ‘ator’ confidenciou:

- A peça se chama “A Comédia dos Erros” e não “Convite à Decapitação”. Optei em seguir os conselhos da Sua Majestade.

O diretor, por sua vez, alegou que a cena só não foi exibida porque sua amante não teria gostado da cara do ‘ator’. E não apareceu outro corajoso.

Quem falou a verdade? Escritores gostam de mentiras e erros em comédias enriquecem a obra. E diretores.

Graças a recusa dos sete passos, para a honra e glória da Grã-Bretanha e da literatura mundial, Shakespeare viveu por longos anos.