Versatilidade
Tenho sido muito negligente com o cinema. Enquanto há uns dois anos eu assistia a um ou dois filmes por semana, hoje assisto a um por mês, às vezes até menos.
A verdade é que eu não ando mais com paciência. Sempre evitei os filmes-produtos e cansei-me dos clássicos; de clássico já basta eu.
Lembro-me de ter visto, quando era criança, numa locadora de filmes, uma fita VHS (é, vamos ficando velhos...) com a imagem de um sujeito insano, a imagem somente do rosto. Eu já sabia ler: “O Iluminado”.
O tempo passou.
Depois de ter me matado de rir com “Laranja Mecânica” e “Doutor Fantástico”, reencontrei “O Iluminado”, esse suspense perturbado, agora tendo uma noção do que é cinema e já conhecendo o diretor. E o que mais tem me impressionado em Stanley Kubrick é a sua versatilidade, essa capacidade de dirigir uma comédia num dia e um suspense em outro, sempre com a mesma dedicação e sensibilidade.
Fazia tempo que não me agradava algum filme.