Mini crônicas: Sonhos
Não tinha mais jeito, o único remédio era leva-lo a um psicólogo, analista,
cartomante ou algo parecido. Há cinco anos estava naquela agonia:
não sabia se estava acordado ou sonhando.
Tudo começou num dia ou melhor, num sonho que ele teve. Sonhou que estava andando nu pela praia com um rádio vermelho do tamanho de uma caixa de picolé no ombro e todas as pessoas faziam o mesmo. De repente sacou que estava sonhando e esperou ansiosamente pela volta ao mundo real. Só que acordou no meio de uma floresta enorme, só de tanga, com uma faca na mão, uma banana na outra e uma macaca do seu lado. Então o dinossauro abriu aquela boca enorme quando ia engoli-lo ele acordou dentro de um ninho de cobras enormes , mortas de fome, e quando uma começou a enroscar em seu corpo e a apertá-lo, acordou finalmente.
Reconheceu o seu quarto: a janela à direita da cama. O Guarda-roupa à
esquerda. Aos pés da cama, vestido de alerquim, Freud fumava tranquilamente o seu
cachimbo e lhe explicava todos os seus sonhos.