RETALHOS DA VIDA

Retalhos da vida …

Um dia desses estava sentado em um dos bancos da praça minha Cidade, como de costume, para refletir sobre os últimos acontecimentos. De repente senta-se ao meu lado um jovem aparentando 20 anos. Da forma como me encontrava contemplando o firmamento, em simultâneo, ligado aos acontecimentos ao meu redor, assim permaneci, até o momento meu vizinho resolve me dirigir à palavra.

—Bom dia senhor.

Esbocei um sorriso e um gesto cavalheiresco, saudando-o, “bom dia meu rapaz”.

Bem vestido e trazia consigo um livro. Abriu-o e começou a ler. Observei o seu comportamento o que me pareceu uma pessoa de bem.

Minutos depois uma mocinha aproxima-se do lugar onde estávamos. Sequer ousa pedir licença, resolve, abruptamente, tomar espaço entre nós. Muito bem produzida, exalando um perfume bastante agradável pôs a mão no joelho do meu vizinho, afastando-o para poder sentar. O que me pareceu um gesto de provocação no sentido de esbanjar seus belos quadris, generosamente, desenhados pela Natureza.

Depois desse acontecimento resolvi transferir o foco de minhas reflexões. Deslizei no assento afastando-me um pouco a fim de deixar a jovem mais à vontade. E ela aproveitando o espaço cedido resolveu cruzar as pernas a fim de tornar-se mais atraente aos transeuntes. Olhava para um lado e para o outro a fim de verificar se estava sendo notada.

Enquanto isso, o rapaz com os olhos fixos às folhas do seu livro assim continuou. Este fato, creio, deixa a deusa intrigada por não haver sido notada ali.

Então, fiquei pensando : “acho que esses jovens são parte de uma relação afetiva e, por estarem em situação conflituosa por isso se comportam como estranhos !”.

Numa manifestação provocativa como essa, das duas uma, pensei outra vez: “se esse rapaz não é gay deve ser um jovem muito certinho ao ponto de não se prender a certos tipos de provocações excitantes, baratas, da parte de formosura de mulheres vazias”.

—Que horas ? Pergunta ela.

Ele abaixa o livro, retira os óculos e volta a colocar. Depois, consultando o celular responde baixinho:

—São dez horas.

Fechou o compêndio e, em voz baixa ...

—Para onde você está indo a esta hora ? Não me diga que vai pra faculdade ?

Ela, então, respondeu em voz alta ...

—Não é de sua conta ! Por que esse interesse de saber para onde vou ! O que está havendo ! Isso não é do seu feitio !

Os ânimos se exaltaram. Então resolvi me levantar. O resto dessa história fica para outra oportunidade.

Boa noite leitor !!!

valano

valano
Enviado por valano em 24/11/2021
Reeditado em 12/05/2022
Código do texto: T7393269
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