(bar)êmia

Hoje eu decidi fazer um churrasco e tomar umas cervejas. Andava muito tempo fora de casa e precisava comemorar o feito.

A viagem foi sensacional.

Precisava urgentemente renovar os ares e conhecer lugares diferentes; e pessoas.

Descobri nos últimos tempos que adoro conhecer gente em mesa de bar.

Ali se juntam os bêbados e os cidadãos de bem, as putas e as mulheres de família - com muitas aspas em todas essas palavras.

É o lugar onde se curte, se xinga, se abraça e se beija na boca.

Amo bares.

Acho que é o lugar mais diplomático possível. Onde quem não anda afim de esquecer a vida, está afim de beber. E o álcool desempenha um papel fundamental de lubrificante social: ele ajuda qualquer pessoa a entrar em qualquer lugar, e falo por experiência própria.

Acho que a vida, tanto quanto as viagens se resumem em bares e em participar de onde se está.

Conheci inúmeras vilas, adegas e bares.

E por onde passei, deixei amizades que posso contar. E isso desde uma cerveja gelada, até um baseado numa noite de garoa. Isso desde o bahia até o russo que conheci numa noite dessas.

Tudo isso, no final das contas é sobre conexões.

Sobre gente que encontramos numa rodoviária e tomamos uma cerveja. Sobre previsões de moradores de rua que coincidentemente batem com a sua vida. Sobre escutar conselhos de gente com a vida mais fudida que a nossa, e apenas balançar a cabeça pra concordar com todos os motivos que ela tem pra beber.

É sobre ser, e se permitir ser.

É sobre a noite

E tudo que ela oferece.

Marcos Tinguah Vinicius
Enviado por Marcos Tinguah Vinicius em 23/11/2021
Reeditado em 23/11/2021
Código do texto: T7392498
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