(bar)êmia
Hoje eu decidi fazer um churrasco e tomar umas cervejas. Andava muito tempo fora de casa e precisava comemorar o feito.
A viagem foi sensacional.
Precisava urgentemente renovar os ares e conhecer lugares diferentes; e pessoas.
Descobri nos últimos tempos que adoro conhecer gente em mesa de bar.
Ali se juntam os bêbados e os cidadãos de bem, as putas e as mulheres de família - com muitas aspas em todas essas palavras.
É o lugar onde se curte, se xinga, se abraça e se beija na boca.
Amo bares.
Acho que é o lugar mais diplomático possível. Onde quem não anda afim de esquecer a vida, está afim de beber. E o álcool desempenha um papel fundamental de lubrificante social: ele ajuda qualquer pessoa a entrar em qualquer lugar, e falo por experiência própria.
Acho que a vida, tanto quanto as viagens se resumem em bares e em participar de onde se está.
Conheci inúmeras vilas, adegas e bares.
E por onde passei, deixei amizades que posso contar. E isso desde uma cerveja gelada, até um baseado numa noite de garoa. Isso desde o bahia até o russo que conheci numa noite dessas.
Tudo isso, no final das contas é sobre conexões.
Sobre gente que encontramos numa rodoviária e tomamos uma cerveja. Sobre previsões de moradores de rua que coincidentemente batem com a sua vida. Sobre escutar conselhos de gente com a vida mais fudida que a nossa, e apenas balançar a cabeça pra concordar com todos os motivos que ela tem pra beber.
É sobre ser, e se permitir ser.
É sobre a noite
E tudo que ela oferece.