ESCONDIDO EM MEU SORRISO...

Nada como um dia de folga, descanso semanal merecido, esse dia era na segunda-feira, quando eu estava no antigo emprego, agora, de emprego novo, migrou para, quarta, depois terça e agora na sexta-feira, o que é ótimo, independente do dia da folga, o que importa é ter um dia para poder descansar e repor as energias... O que não é tão verdade assim, um dia apenas não é o suficiente para revigorar o corpo, porém, lhe dá tempo para respirar. Afinal ninguém é de ferro, e que soe o gongo para um breve intervalo entre um round e outro.

O meu interior não reflete o exterior. O interior desse cronista talvez dissesse algo como...

... Eu que pensei que seria diferente… Sim, eu pensei que seria diferente, deveras acreditei que dessa vez seria diferente, ah! Como eu me enganei... Não foi como pensei, angustiado, chorei, ninguém viu as lágrimas, se viu, comportaram como se nem tivesse visto. É sempre assim, desde muito tempo, que a propósito, até me foge da memória, de tão largo que é esse tempo.

Solidão… Sim, é solidão. Eu me alimento da solidão, dela bebo, embriago-me todos os dias com ela. Tornei-me um solitário caminhando por entre as pessoas, sempre vendo sem ser visto, percebendo sem ser percebido. Ah! Doce condição de ser esse poço de esquecimento. A minha alma está em súplica desesperada, quer por que quer desvencilhar-se desta condição cruel de não ser notada. Eu que pensei… Sim, realmente acreditei com todas as forças que eu era alguma coisa para algumas pessoas. Se eu fui, não houve nenhuma demonstração que fizesse perceber tal.

Muitos já notaram isso, sim… E olhe que alguns até tentaram avisar-me, eu, estúpido, cego, não quis escutar a ninguém, nem mesmo a voz do meu próprio coração. Ah! Vida cruel, como eu gostaria de habitar a ilha solidão, de ser Giovanni Marconi, que pena que ele é apenas meu fictício personagem, o delírio de minha criação.

Solidão… Sim, há quem por aí diga, que existem piores, se verdade for, nem lá por perto quero passar, mas, acontece que essa dor que me assola, é por demais rancorosa. Ah! Como eu gostaria que tudo fosse diferente, que a vida, pelo menos por uma única vez, estivesse à altura do que se passa em minha cabeça. A vida mostrou-se por demais astuta, pregando-me peças.

Eu que pensei… Sim, foi uma ilusão, e não adianta dizer: " Eu avisei", Eu sei disso. Não quero muita coisa, não, claro que não, acredite no que digo… Não desejo o estrelato, quero apenas ser visto, por acaso é pedir muito... Não foi a primeira e nem vai ser a última… Ah! Não sei se posso continuar com isso. Pobre de mim. Solidão… Sim, dessa vez o golpe teve uma precisão incrível, atingiu o coração, a alma, tudo. Tentei esquivar dos ataques, mas, quem me alvejou, foi certeiro nos golpes, soube exatamente como fazer e quando fazer. O meu desejo é desaparecer, sumir do mapa, porém, bem sei que desaparecer não resolverá o meu problema, pelo contrário, o fará ainda pior...

Essa seria a voz da alma lá no âmago do sentimento, aquela que ninguém vê escondido em meu sorriso, mas, é dia neutro amigos, e quero apenas ver o reflexo do meu exterior, que nesse momento parece bem mais agradável.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 21/11/2021
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