(esta é uma montagem que fiz com uma foto antiga. Sempre quis ter esse cabelo!)
Ando tão blah! Vocês já se sentiram", assim? Blah mesmo. Aquela sensação de não ter para onde ir e porque ficar. Isso somente uma forma de "expressão", não no sentido verdadeiro da palavra - assim parada, estancada, bem no meio de alguma coisa que não sabemos o que é.
Tantos questionamentos, tantas pergunta com múltiplas respostas. Ou algumas vezes sem resposta nenhuma.
Quando a gente vai perdendo aquela "adolescência" (sabem do que estou falando?) vamos nos tornando chatos, querendo adivinhar o que vai acontecer. O mais delicioso da vida é o não imaginar, e simplesmente se jogar.
Mas o que acontece e que passamos dessa fase de nos jogar. Por mais que a gente de uma "jogadinha de leve", fica com as duas mãos agarradas no parapeito da janela e com os pés grudados no chão.
Dá para entender esse momento?
Faltam as asas. Aquelas asas que tínhamos e que voávamos alto, sem medo de cair.
Em uma certa altura do campeonato esses voos se tornam rasantes. E meio medrosos. Que pena... que pena...
Que pena que quando damos conta, já passamos daquela linha do ousar. Ou seja, ousamos, mas de uma forma mais comportada. Voamos, mas de uma forma mais segura. Sonhamos, mas com a realidade estampada diante de nós.
Nos tornamos "adivinhadores de futuro"... baseados em coisas que já aconteceram, achamos que podemos prever as situações, os erros, e passamos ate a conhecer todas as espécies de sintomas.
Como é chato isso!
Sinto saudades de mim. Como me resgatar? Como trazer de volta aquele sorriso inconsequente? Aquele caminhar na beira do precipício? Aqueles voos altos, as asas tocando as nuvens, e a cabecinha tocando os mais altos sonhos!
Ando tão chata que ando cansada de mim. Pareço estar sentada diante do livro da vida, tentando decifrar os capítulos.
Desenho meus sonhos, e sem que eu perceba começo a colocar nele os empecilhos. Ai vem os "mas"...
Quero uma vida sem "mas", sem hesitação. Quero brincar com o momento. Andar sem medo de cair. Amar sem medo de sofrer. Viver sem medo do amanhã. Tentar colecionar os minutos importantes do meu dia, e colá-los na minha realidade. Aprecia-los. Vive-los. Exaltar a beleza do existir, do poder sentir.
Sim, eu ando chata. Querendo mudar o mundo, sentir o que os outros sentem, adivinhar o futuro.
E minha bola de cristal que estava cheia de poeira, voltou a brilhar. Passei nela aquela flanelinha e estou eu a querer descobrir o amanhã. Por tanto tempo eu a deixei escondida, sem me preocupar com ela. Agora, volto a tona.
Tirem-me dessa chatice. Ofereçam-me um sorvete de sonho, com cobertura de nuvens, numa bandeja de surpresas.
Quero fechar os olhos e saboreá-lo com a alma.