UM DIA DE CÃO
Ontem tivemos um dia daqueles. Parecia que estávamos vivendo o enredo do filme UM DIA DE FÚRIA. Tudo estava dando errado. Tínhamos uma consulta marcada para as nove da manhã. Saímos apressados, e quando dobrava na primeira esquina tivemos que voltar, notei que havíamos esquecido as benditas máscaras, foi o primeiro dissabor.
Ao chegar à clínica encontramos tudo fechado, haviam se transferido para outro endereço, por motivo de continuadas visitas dos amigos do alheio. Pergunta aqui, pergunta ali, encontramos um flanelinha que nos informou que o novo endereço era no edifício Ratazanas, por trás do clube América. Agradecemos e partimos em busca do tal edifício. De olho no relógio, depois de muitas idas e vindas, encontramos o tal edifício, só que se chamava Manhatan. Era enorme, e cheio de normas de segurança.
Quando tudo parecia que iria dar certo, a sandália da mulher pecou na segurança e se quebrou. Quem é mulher sabe o tamanho do desastre, é pior do que um descarrilamento de um trem. E logo minha mulher, que é um poço de vaidade. Mesmo com 81 anos de idade, não desce do salto nem que a vaca tussa. O tempo fechou. Apesar da urgência que tinha de uma receita para um medicamento controlado, sem o qual não consegue dormir, desistiu da consulta. “Vamos pra casa, vamos pra casa! ”
Para não perder de todo a viagem, sugeri passarmos no comércio e comprarmos uma sandália. Aproveitaríamos para comprar também algumas bugigangas (lápis de sobrancelha, batons, etc.). Mulher, quando chega no comércio, é mesmo que criança na Disneylândia. A esta altura já tínhamos comprado uma sandalinha bem simples. Entramos numa loja, compramos um presente pra minha nora. A fila do caixa estava grande e eu sugeri que ela fosse ver algo em outra loja, na mesma rua. Eu ficaria na fila para fazer o pagamento. Ela foi, dobrou numa esquina e ... se perdeu. Estava sem celular.
Quase morro de andar de tanto procurar por ela. Resolvemos que era melhor não abusar da “sorte” e voltar pra casa enquanto estávamos vivos.