Na COP26, o de sempre
No apagar dos holofotes sobre a COP26, restou o de sempre. Alguns discursos bonitos, promessas, mentiras e pedidos por mais dinheiro para a preservação. Diante das mudanças climáticas os governantes mundiais continuam negacionistas. Eles necessitam do apoio dos maiores poluidores do planeta. A força motriz do capitalismo
A preocupação com as gerações futuras que habitarão os países que governam atualmente é praticamente zero. O tempo está encurtando. Já estamos vivendo no estágio em que é impossível parar as mudanças climáticas. Resta apenas a possibilidade de se tomar medidas paliativas. Sem ter a certeza de que serão eficazes.
O documento final aprovado também trouxe poucas novidades. Pela primeira vez em 25 anos de conferências sobre o clima, o carvão e os combustíveis fósseis foram citados nominalmente. Não se pode apostar que os financiamentos dobrarão até 2025. Que os países pobres serão ajudados a enfrentar as mudanças que virão.
É fácil falar em apoiar “sistemas de energia de baixas emissões”, “geração limpa e eficiência de energia”. Difícil é preparar o planeta economicamente para essas mudanças. Isso não acontece num passe de mágica. Há décadas esse processo deveria ter começado. E não devemos esperar que isto nos salvará agora.
Enquanto no ar condicionado da COP26 vimos o de sempre, cada vez mais o planeta surpreende as teorias científicas. O que as teorias indicavam para acontecer em séculos a realidade reduziu para décadas. De décadas para anos. Começam a aparecer reportagens mostrando empresas que estão se especializando em trajes que os humanos se obrigarão a usar para viver no planeta Terra num futuro não muito distante.
Para medir a temperatura negacionista diante das mudanças climáticas, um bom exemplo foi o discurso do ministro de Tuvalu. Ilha com 12 mil habitantes no meio do Pacifico, Simon Kofe gravou de dentro do mar. O que deveria soar como um alerta, infelizmente acabou se tornando algo apenas “engraçado”.
Para os humanos, os principais vilões do aquecimento global serão os oceanos. O mar já está “engolindo” a ilha. Tuvalu pode ser afundada na próxima década. O banco Mundial soou um alerta para seis regiões do nosso planeta. Mais de 200 milhões de pessoas serão obrigadas a se mudarem de seus países até 2050 escapando de eventos climáticos. As maiores fugas acontecerão no Leste Asiático e do Pacífico. Lugares de pobreza.
Alterado por ações humanas, o planeta não terá piedade das futuras gerações. Diante das tragédias elas se perguntarão porque seus antepassados deixaram acontecer. Por não sermos capazes de fazer nada contra as mudanças climáticas no presente, elas se obrigarão a fazer conferências para discutir a sua sobrevivência.