Não Sei O Que Aconteceu?
Não Sei O Que Aconteceu?
Corria aproximadamente 300 km/h — estava liderando aquela corrida e sentia que podia correr ainda mais. Achava mesmo que podia voar. O clima do autódromo mexia muito comigo e me instiga a cada vez ser mais rápido. Eu nunca me questionei, mas o ronco dos motores, o público, o movimento dos boxes anelados a velocidade e a adrenalina que tudo aquilo produzia era o ópio que me incentivava a vencer, vencer e vencer e me tornar um grande campeão.
Entrei na curva como sempre sem reduzir a velocidade. Prática que sempre me proporcionava alguns segundos de vantagens sobre os adversários, mas que gerou polemica, e embaraço para mim. Essa atitude para muitos é vista como um suicídio involuntário. Confiava em mim, nos meus treinamentos e no meu profissionalismo, mas subestimei a máquina e paguei com a vida.
No final da reta acelerei com a potência proporcional ao som do motor e tudo ali soava feito música no mais perfeito ritmo. Ai não sei mais o que aconteceu nem o tempo que durou aquele silêncio eterno até que recuperasse a memória do meu Eu.