ALMA DE MINHA ALMA
Contemplo o horizonte atordoada mas não consigo compreender as revezes da vida nesse emaranhado de sentimentos confusos, onde predominam meus desejos e a razão confunde minha mente. Não posso conceber essa culpa desmedida quando estamos acorrentados a grilhões que nos sufocam a alma. Dúvidas contundentes determinam que não temos consciência da redenção de nossos passos por esta estrada longínqua e infinita de nossas existências.
Entre encontros e desencontros, vamos buscando incansavelmente nossa felicidade. Entre devaneios e realidade, choramos nossos infortúnios e um vazio incomensurável nos força a percorrer trilhas desconhecidas em busca de um oásis que alivie nossa dor. Entretanto, nos tardamos por demais em entender os caprichos da natureza pelos quais somos subjulgados. Sendo ela a força motriz que determina nossos passos, não podemos condenar nem oprimir nossos sentimentos, pelo simples fato de não entende-los completamente.
Talvez haja o livre arbítrio. Talvez tudo esteja predestinado em nossas mentes. Talvez estejamos meramente ao acaso. Talvez o acaso não exista.
Sendo estas incertezas, as razões pelas quais nos afligimos com pensamentos decadentes; ora pelo remorso exarcebado que sentimos por não nos acharmos merecedores deste bálsamo salutar que alivia nossos maiores temores; ora por não termos certeza do caminho a percorrer, e por isso nos punimos severamente, relembrando nosso remoto passado deturpado por arrogantes pseudo-sábios que condenavam à mutilações infames, pobres almas peregrinas mergulhadas em um único "PECADO": o da ignorância total e plena de que estamos apenas evoluindo e que entre erros e acertos tudo pode ser reprogramado, redirecionado, e que toda culpa que possamos ter por desconhecermos a verdade será dissipada e uma trégua reconfortante nos é concedida a fim de nos reerguermos, e com determinação, alcançarmos a verdadeira felicidade sem culpas, sem medo, sem magoar ninguém, sem nos magoar também.