O AVISTAMENTO DE UM FOGO CORREDOR(ignis fatuus)
O AVISTAMENTO DE UM FOGO CORREDOR(ignis fatuus)
Manoel Belarmino
Na noite de ontem, domingo, 14 de novembro, eu(Manoel Belarmino), Rose, Batista, Audilene, Cecília e Cecília de Inês fomos dormir no sítio, na Trindade, em Poço Redondo, a poucos quilômetros da cidade. Apesar de ainda não ter energia elétrica na nossa casa do sítio, porque ainda não teve a construção concluída, a noite foi bastante divertida. No meio do céu a lua estava luminosa, iluminando a vegetação da caatinga de forma maravilhosa. O céu noturno estava muito bonito. Deu para avistar muitas estrelas e planetas. Estrelas cadentes e outras luzes fazia do céu da Trindade um espetáculo. E a noite avançava. Por volta das 22 horas, nós todos ainda estávamos no terreiro do sítio. De repente, avistamos luzes estranhas que em grande velocidade mudavam de lugar. Não era alguém com uma lanterna; não era uma motocicleta; sem duvida, era um fogo corredor.
Cresci ouvindo os mais velhos contarem nas rodas de conversas as lendas do Fogo Corredor. A lenda diz que o fogo corredor surge quando um compadre casa ou tem um caso amoroso com uma comadre, ou vice-versa. E, essas pessoas, quando morrem, têm a missão de, na forma de fogo, se encontrar nos brejos, nas beiras de estradas, ou outros lugares. E, nas noites, o fogo corredor é avistado com frequência pelas pessoas do campo, das fazendas. Um casamento de um compadre com uma comadre é um caso de condenação do casal a se tornar fogo corredor. É o castigo dado.
Esta noite, tivemos o privilégio de avistar um fogo corredor. Foi na Trindade, aqui em Poço Redondo. De longe, com uma distância de uns 500 metros, avistamos o famoso Fogo Corredor. Bastou o tempo esfriar para que a matéria orgânica chegar no posto de liberar o metano e a fosfina, para que o fogo começasse o espetáculo.
Antes que alguém desavisado já diga que o fogo corredor não passa de uma lenda, que não existe e que essa história não passa de uma narrativa inventada, afirmo que a ciência prova a existência do Fogo Corredor.
E vamos ao que diz a Ciência: O fogo Corredor também é chamado de Fogo Fátuo. O nome científico do Fogo Corredor é Ignis Fatuus. O fogo Corredor aparece por causa da oxidação de fosfina (PH3), difosfano (P2H4) e metano (CH4) junto à ionização de suas moléculas, formando o plasma. Esses compostos, produzidos pela decomposição orgânica, podem causar emissões de fótons. Uma vez que as misturas de fosfina e difosfano inflamam-se espontaneamente em contato com o oxigênio no ar, seriam necessárias apenas pequenas quantidades para inflamar o metano, muito mais abundante, para criar incêndios efêmeros. Além disso, a fosfina produz pentóxido de fósforo como um subproduto, que forma o ácido fosfórico em contato com vapor de água.
Geralmente são avistados, em pântanos, brejos, cemitérios, locais de muita matéria orgânica, vários fogos de cor azulada, com faíscas, que rapidamente se acendem e que logo se apagam. E aparecem com mais frequência do que imaginamos.
Se o Fogo Corredor (ignis fatuus) surge porque um compadre e uma comadre tiveram um caso amoroso eu não posso provar, a sabedoria popular afirma que sim, mas a Ciência prova que o Fogo Corredor existe.