O DIA EM QUE O DR. NAGEM PERDEU A CALMA ( CAUSOS DE IÚNA )

Dr. Nagem Abikahir me chamava de Antõe Tunico e eu o chamava de Turco Nagem. E só muito tempo depois fui descobrir que, de fato, ele era brasileiro naturalizado, apesar de ter nascido em Alegre.

Era homem dos contrassensos. Senão vejamos alguns: Nunca cobrou honorários, ganhava mais do que todos os colegas reunidos, não era comunista e não cobrava meia ou terça de seus colonos, deixava tudo para eles, que afinal foram eles que plantaram.

Tinha somente uma coleção de livros de Direito, nunca abriu nenhum deles e conhecia toda a legislação muito mais do que muito catedrático por aí.

Nunca assistiu a um júri e absolvia todos os réus pelos quais se interessasse, nunca correu atrás de um inventário, mas pegava todos, às vezes tinha de recusar por falta de tempo.

Nunca frequentou igreja alguma, mas respeitava os Mandamentos mais do que os Ministros de Deus.

Tinha um revólver, um SW 32 de cinco tiros, mas não sabia diferenciar o cano da coronha. Não era datilógrafo e escrevia mais rápido do que jornalista, e com dois dedos só.

Era a calma, a serenidade, a bondade em pessoa. Só fazia o bem, que nem por omissão era capaz de desejar mal a alguém.

Mas um dia ele perdeu a calma. Conto. O Dr. Nagem tinha uma paixão - PÃO – ele só comia pão. Tomava café com pão, almoçava pão, jantava pão, viajava comendo pão. E tinha uma maneira peculiar de comer pão: Ia rasgando os pedacinhos, saboreando. Uma vez em Cachoeiro, eu, ele, o Gildo e o Silvinho do Rafael fomos almoçar no Belas Artes. Ele encomendou e pagou as quatro refeições. Almoçou pão com azeite doce. E depois disto ter saído com um embrulho de pão, comprado outro em Muniz Freire e mais unzinhos em Castelo.

O Manoelzinho Pimenta, sempre religioso. E como gostava de uma imagem bem bonita!

Em uma viagem de Vitória para cá, de noite, jipe lotado, o Manoelzinho já com uma bagulhada danada no colo, pediu para parar na Praça Costa Pereira, saltou e voltou com um embrulho de todo tamanho, que pediu ao Dr. Nagem para trazer no colo. E lá vem o Dr. Nagem, com o maior cuidado, o jipe pulando, que a estrada era buraco puro.

Viagem vem, o tempo passa e o pão do Dr. Nagem acabou. Que sacrifício para ele, aquele resto da vigem!

Finalmente chegamos. E aqui chegando o Manoelzinho salta, o Dr. Nagem lhe passa o embrulho e comenta:

- Que santo leve, Manoelzinho!

Santo que nada. Era um embrulho de pão, daqueles sem miolo, que ele comprara lá na Costa Pereira.

Turco Nagem eu sei que você está no céu e não precisa de mais nada ao lado dos Anjos e Santos. Esta historinha que como é minha homenagem a você, com saudades daquelas tantas que a gente contava um para o outro.

Texto do Poeta Antônio de Pádua

Comendador Marcus Rios

Poeta Iunense – Acadêmico -

Membro Efetivo da Academia Iunense de Letras (AIL)

Membro Efetivo da Academia Marataizenses de Letras

Membro Efetivo da Academia de Ciências Letras e Artes de Vitória - ES

Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni –

Membro Correspondente da Academia de Letras e Artes de Fortaleza

Membro dos Poetas, Escritores e Artistas do Amor e da Paz

Membro dos poetas, Escritores da Casa dos Poetas e Poesias

Fundador da Casa da Cultura Iunense

Embaixador da Paz

Poeta das Letras

Poeta do Amor

Poeta das Declarações de Amor

Poeta Encantador das Poesias de Iúna ES

Poeta e Mestre das Lindas Inspirações

Mestre das Letras

Mestre das declarações apaixonadas

Mestre das lindas palavras de amor

Mestre das Inspirações imediatas

Mestre dos Amores em Poesia

Maior Mestre das Poesias Românticas

O Mestre das Palavras de Amor

O Mestre dos Mestres

O Mestre do Amor

Mestre das Letras de Amor

Mestre dos Mestres das Letras de Amor

Amigo das Letras

Mestre nas Poesias de Amor

Mestre nas Poesias de Amor Puro e Verdadeiro

Antônio de Pádua
Enviado por Marcus Rios em 13/11/2021
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