FERROTERAPIA

Para a maioria das pessoas, passar roupas é uma atividade primária, chata, sem o menor charme, enfadonha, principalmente feminina, normalmente relegada à empregada e tão emocionante quanto lavar um copo, limpar uma janela ou tirar o pó do canto da sala.

Todos nós podemos expressar afeto para quem amamos (e até para quem não conhecemos) de várias formas, inclusive passando a manga da sua camisa.

Já que a roupa é a nossa segunda pele, podemos entender que passá-la é um afago, um carinho de uma maneira muito especial e única.

Veja outras áreas que tem relação com passar roupas: planejamento estratégico (por incrível que parecer), organização, compartilhamento, crescimento espiritual, melhoria de humor, superação de limites, lidar com a frustração e muitas outras, por mais incrível que possa parecer.

Por exemplo, você sabia que controlar a pressão do ferro sobre a roupa também é algo que pode ser observado? Se a mão ficar "mais leve", o processo ficará mais rápido e eficiente.

Será uma ótima oportunidade para reflexão, associação e desenvolvimento de ideias, organização dos pensamentos e até solução de problemas até então "insolúveis", já que a mente ficará livre para voar, se desprendendo de regras e conceitos.

Acredita que passar roupas antes de dormir contribui bastante para uma noite de sono mais agradável e revigorante? E que até a relação afetiva com companheiro ou companheira poderá ficar melhor a partir dessa nova experiência? Experimente e comprove você também.

Mas não se trata de simplesmente passar uma roupa atrás da outra, como algo mecânico, como se estivesse no piloto automático: é preciso "entender" o trabalho não como encargo, mas como algo prazeroso, momento individual único, agradável e desejado.

E, sobretudo, muito feliz. Isso mesmo: sobretudo muito feliz.

Porque qualquer peça de roupa, por menor ou mais simples que seja, exige um planejamento para ser passada da melhor forma.

Terá áreas fáceis e difíceis, se não houver cuidado poderá ser danificada, demandará persistência e cuidado, será um processo de trabalho com começo, meio e fim, exigirá foco e atenção concentrada, é algo que só depende de nós naquele momento, terá refação se não for feito de forma correta, terá reflexos logo em seguida (a roupa será usada por alguém), exigirá uma quebra de paradigma (já que trata-se originalmente de uma tarefa pouco nobre e enfadonha), enfim, podemos associar à atividade inúmeros atributos que fazem parte do nosso cotidiano pessoal e profissional.

Outro fato curioso: qualquer roupa, mesmo lavada da forma correta, ao ser passada (inclusive com vapor) ainda conserva um pouco do cheiro (e muito da energia) da pessoa que a usou.

Se prestarmos atenção nesse detalhe, estaremos criando um fio condutor sensorial invisível e muito poderoso com alguém muito especial nas nossas vidas.

E que quando a roupa for vestida, estará carregando "um pouco" (ou muito) da energia da pessoa que a passou, já que ela ficou alguns minutos focando 100% da sua atenção nessa atividade.

Desenvolvi alguns procedimentos preliminares específicos, como o relaxamento feito com as mãos apoiadas na tábua de passar e com olhos fechados, monitorando e "domando" a respiração, o cuidado com a postura, a preparação do ambiente para torná-lo mais equilibrado, leve e tranquilo.

E tem muito mais e que, a cada dia, vou somando e aprimorando ao conceito original.

Estas possibilidades podem até parecer grotescas, ridículas e absurdas, num primeiro momento, mas garanto que são factíveis e extremamente positivas para a melhoria do autoconhecimento, das relações interpessoais, a autoestima, aprimoramento pessoal e profissional.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 12/11/2021
Reeditado em 12/11/2021
Código do texto: T7383794
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.